Kamala fez esforço para parecer moderada em entrevista à CNN, diz professor
Carlos Gustavo Poggio analisa estratégia da candidata democrata à presidência dos EUA em abordar temas como imigração e política externa
Em uma recente entrevista exclusiva ao CNN 360°, a candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, Kamala Harris, adotou uma postura notavelmente moderada, segundo análise do professor de relações internacionais Carlos Gustavo Poggio.
A entrevista, que também contou com a presença do candidato a vice-presidente Tim Walz, abordou temas cruciais para a campanha eleitoral, com destaque para a questão da imigração.
Poggio observou que Harris fez um “esforço muito grande de parecer uma candidata moderada”, adotando posturas mais centristas no espectro político americano.
Esta estratégia, aparentemente, visa conquistar o eleitorado independente, fundamental para o sucesso nas urnas.
Imigração: tema central da campanha
A questão da imigração emergiu como um dos principais pontos de discussão. Harris responsabilizou os republicanos no Congresso por impedirem a aprovação de uma lei que fortaleceria a fronteira com 1.500 novos agentes.
O professor Poggio confirmou a veracidade desta afirmação, lembrando que Donald Trump teria orientado seus aliados a não aprovar medidas de proteção fronteiriça, possivelmente para manter o tema como argumento de campanha.
Poggio destacou que a imigração continua sendo um dos três temas mais importantes para o eleitorado americano, conforme indicam diversas pesquisas.
O aumento significativo de travessias ilegais durante o governo Biden tem dado munição às críticas de Trump, embora os números tenham diminuído nos últimos meses.
Mudança de postura
Poggio notou uma mudança significativa nas posições de Harris em comparação com suas declarações durante as primárias democratas de 2019.
Esta moderação parece ser uma tentativa deliberada de atrair eleitores mais centristas, mesmo que isso signifique contrariar algumas de suas posturas anteriores.
A estratégia de Harris reflete a importância do eleitorado moderado e independente nas eleições presidenciais americanas.
Ao adotar um tom mais conciliatório em temas controversos como imigração e política externa, a campanha democrata busca ampliar sua base de apoio para além do núcleo tradicional do partido.
