Conheça as propostas de Donald Trump para a Presidência dos EUA
Republicano prometeu maior deportação "da história da América" e reverter políticas de Joe Biden, por exemplo; eleição acontece no dia 5 de novembro
Desde que lançou sua terceira candidatura à Casa Branca, o ex-presidente Donald Trump insistiu na premissa que a vida dos cidadãos dos Estados Unidos era melhor sob sua administração, e prometeu reverter muitas das políticas promulgadas desde que deixou o cargo.
Isso incluiria a ampla agenda de mudanças climáticas de Joe Biden, novas restrições a armas e proteções para pessoas transgênero, segundo o candidato do Partido Republicano.
Trump também quer continuar de onde seu governo parou em muitas de suas prioridades do primeiro mandato. Suas ideias soarão familiares para qualquer um que prestou atenção em sua primeira campanha, há oito anos.
O republicano afirmou que planeja terminar de construir o muro entre os Estados Unidos e o México — uma promessa que fez pela primeira vez em 2016 –, expulsar todos os indivíduos ilegais no país, implementar mais tarifas sobre importações e aumentar a produção de energia americana.
A busca por apoio também o levou a fazer promessas para públicos específicos, incluindo a eliminação de impostos de renda sobre gorjetas.
Ele também apresentou ideias ambiciosas, mas vagas, citando carros voadores, promovendo criptomoedas e prometendo construir 10 novas “Cidades da Liberdade”.
Por outro lado, o candidato falou diversas vezes em retaliação contra os sistemas, instituições e pessoas que ele acredita que o injustiçaram nas últimas eleições.
Ele e seus aliados sugeriram que Trump usar o Departamento de Justiça contra seus inimigos políticos, expurgar burocratas desleais do governo federal e consolidar o poder no poder Executivo em um segundo mandato.
O republicano disputará as eleições presidenciais americanas contra Kamala Harris no dia 5 de novembro.
Veja abaixo com mais detalhes promessas feitas por Donald Trump para a Presidência dos EUA.
Economia
Trump prometeu estender os cortes adotados no Tax Cuts and Jobs Act, de 2017, um programa de redução de impostos e geração de empregos que visa principalmente o alívio fiscal para famílias de renda média; simplificação tributária para a população; crescimento econômico; e repatriação das rendas estrangeiras.
A medida, no entanto, expira no final de 2025.
Um dos pontos principais que ele propõe estender são as isenções de imposto de renda individual dessa legislação.
O ex-presidente também falou sobre reduzir a taxa de imposto corporativo de 21% para 15%, mas apenas para empresas que fabricam seus produtos nos EUA.
“Farei dos cortes de impostos de Trump o maior corte da história”, disse o ex-presidente no início deste ano na Carolina do Sul. “Nós o tornaremos permanente e daremos a vocês um novo boom econômico”, adicionou.
Em setembro, o republicano disse que pressionaria por uma lei que acabaria com os impostos sobre pagamento de horas extras.
“Isso dá às pessoas mais incentivo para trabalhar. Dá muito às empresas, é muito mais fácil atrair as pessoas”, alegou Trump em um comício no Arizona.
Durante um evento de campanha em Las Vegas, o ex-presidente também prometeu acabar com os impostos sobre gorjetas, uma medida destinada a atrair centenas de milhares de pessoas que trabalham na cidade.
O ex-presidente também prometeu parar de tributar os benefícios da Previdência Social. Ele ainda precisa montar uma proposta para substituir a receita que será perdida com essa medida, o que pode prejudicar o programa, assim como o Medicare e o Orçamento federal.
O Medicare é um programa federal de seguro saúde para pessoas com 65 anos ou mais. Além disso, pessoas com menos de 65 anos com certas deficiências, insuficiência renal permanente ou esclerose lateral amiotrófica também podem ser elegíveis para o programa.
O candidato também propôs uma comissão de eficiência governamental como uma forma de reduzir os gastos do governo e anunciou que Elon Musk concordou em liderá-la.
A comissão “desenvolverá um plano de ação para eliminar totalmente a fraude e os pagamentos indevidos em seis meses”, afirmou Trump em setembro.
O ex-presidente anunciou ainda planos para se livrar do “SALT”, que é o limite deduções de impostos estaduais e locais que ele sancionou como parte de seus cortes de impostos de 2017. Atualmente, o valor desse limite é de de US$ 10.000.
Reverter esse limite afetaria amplamente as pessoas de renda mais alta nas chamados “estados azuis” — aqueles que têm tendência de votar majoritariamente no Partido Democrata — com impostos altos que detalham suas deduções.
Em um discurso no início de outubro, Trump prometeu tornar os juros pagos em empréstimos para carros totalmente dedutíveis de impostos.
Ele também propôs acabar com a dupla tributação de americanos que vivem no exterior, medida que pode fazer com que esses cidadãos não tenham que pagar impostos tanto para os EUA quanto para o país onde vivem. Ele não forneceu detalhes sobre como isso funcionaria.
Outros pontos são que o republicano quer revogar os aumentos de impostos da gestão Biden, “enfrentar imediatamente” a inflação e acabar com o que ele chamou de “guerra” de Biden contra a produção de energia americana.
Sobre a acessibilidade à moradia, Trump propôs uma proibição de hipotecas para imigrantes ilegais, alegando que elas aumentam os custos das moradias. A CNN relatou que os imigrantes ilegais, no entanto, constituem uma pequena parcela do mercado de hipotecas.
Para ajudar os “americanos trabalhadores” em relação às dívidas de cartão de crédito, Trump prometeu, em setembro, limitar temporariamente as taxas de juros dos cartões de crédito em 10%.
A taxa média do cartão de crédito nos EUA é pouco menos de 21%, enquanto a taxa média dos cartões de lojas de varejo é de 30,45%.
Imigração
Trump fez da imigração e da crise na fronteira com o México uma questão central de sua campanha, pressionando com sucesso os republicanos para que rejeitassem um grande acordo bipartidário no início deste ano sobre o assunto.
O candidato prometeu adotar uma legislação que seria nomeada “Lei dos Estrangeiros Inimigos” para tirar dos Estados Unidos “integrantes de gangues, traficantes de drogas ou integrantes de cartéis conhecidos ou suspeitos”.
A declaração foi feita em um artigo de opinião publicado no jornal Des Moines Register aproximadamente uma semana antes de Trump vencer as eleições primárias do Partido Republicano no estado de Iowa, em janeiro.
“Nós transferiremos grandes partes [do que é alocado para forças de] aplicação da lei federal para [as forças de] aplicação da lei de imigração — incluindo partes da Administração de Repressão às Drogas (DEA, na sigla em inglês), do Escritório de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF, na sigla em inglês), do FBI (a agência de investigação federal dos EUA) e do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS, na sigla em inglês)”, ele escreveu.
Em um vídeo postado na rede Truth Social no final de fevereiro, Trump também prometeu “realizar a maior operação de deportação doméstica da história americana”.
Mas, em junho, o ex-presidente propôs dar green cards “automaticamente” a estrangeiros que se formassem em faculdades dos EUA — comentários que podem ir contra aos seus esforços para coibir a imigração legal e ilegal enquanto estava no cargo.
Os green cards são documentos de residência permanente nos Estados Unidos.
Depois que a guerra entre Israel e Hamas começou, em outubro de 2023, ele também prometeu dar fim aos vistos de “simpatizantes do Hamas”.
“Nós os tiraremos de nossos campi universitários, de nossas cidades e os tiraremos do nosso país, se estiver tudo bem para vocês”, pontuou.
Cartéis de droga
O ex-presidente também fez da “guerra” aos cartéis de drogas uma prioridade para seu potencial segundo mandato. Se eleito, Trump disse em seu anúncio de campanha, em novembro de 2022, que vai pedir ao Congresso para garantir que traficantes de drogas e pessoas possam receber a pena de morte por seus “atos hediondos”.
Trump também prometeu “derrubar” os cartéis de drogas impondo embargos navais, cortando o acesso dos cartéis aos sistemas financeiros globais e usando forças especiais dentro do Departamento de Defesa para prejudicar a liderança dos cartéis.
Em um evento de campanha, em agosto, no Arizona, Trump também prometeu impor uma “pena mínima obrigatória de 10 anos para qualquer pessoa culpada de contrabando de pessoas, uma sentença de prisão perpétua garantida para qualquer pessoa culpada de tráfico de crianças e uma pena de morte para qualquer pessoa culpada de tráfico sexual de crianças ou mulheres”.
Educação
Trump anunciou seus planos para educação em um vídeo de campanha, em setembro de 2023, no qual prometeu fechar o Departamento de Educação e enviar “toda a educação e trabalho educacional e necessidades de volta aos estados”.
“Queremos que eles sejam responsáveis pela educação de nossos filhos, porque eles farão um trabalho muito melhor”, ele acrescentou.
O ex-presidente também prometeu “colocar os pais de volta no comando e dar a eles a palavra final” na educação.
Em um vídeo de campanha em janeiro de 2023, o ex-presidente disse que daria preferências de financiamento e “tratamento favorável” às escolas que permitissem que os pais elegessem diretores, abolissem a estabilidade dos professores do ensino fundamental e médio, usassem o pagamento por mérito para incentivar o ensino de qualidade e cortassem o número de administradores escolares, como aqueles que supervisionam iniciativas de diversidade, equidade e inclusão.
Trump reafirmou os planos de fechar o Departamento de Educação em uma conversa no X (antigo Twitter) com Elon Musk, em agosto, durante a qual o bilionário da tecnologia propôs uma comissão para procurar maneiras de cortar os gastos do governo.
“É aqui que preciso de um Elon Musk. Preciso de alguém que tenha muita força, coragem e inteligência. Quero fechar o Departamento de Educação, transferir a educação de volta para os estados”, disse Trump.
Trump também disse, naquele vídeo da campanha de 2023, que cortaria o financiamento para escolas que ensinam teoria racial crítica e ideologia de gênero.
Em um discurso posterior, Trump disse que traria de volta a “Comissão 1776”, que foi lançada em seu primeiro mandato para “ensinar nossos valores e promover nossa história e nossas tradições para nossas crianças”.
O ex-presidente disse que encarregaria o Departamento de Justiça e o Departamento de Educação de investigar violações de direitos civis de discriminação racial nas escolas, ao mesmo tempo em que removeria “marxistas” do Departamento de Educação.
Um novo mandato de Trump perseguiria violações em escolas das cláusulas constitucionais que proíbem o governo de estabelecer uma religião e protegem o direito do cidadão de praticar sua própria religião, disse ele.
Trump também prometeu financiar aulas online gratuitas com fundos apreendidos de doações feitas a universidades particulares.
Saúde
Em novembro do ano passado, Trump prometeu substituir o “Affordable Care Act”, conhecido coloquialmente como Obamacare, em uma série de postagens na plataforma Truth Social.
Um esforço apoiado por Trump para revogar e substituir o Obamacare falhou em 2017 depois que três senadores republicanos se juntaram aos democratas para votar contra o projeto de lei.
“Obter um sistema de saúde muito melhor do que o Obamacare para o povo americano será uma prioridade do governo Trump”, disse ele.
“Não é uma questão de custo, é uma questão de SAÚDE. A América terá um dos melhores planos de saúde do mundo. Agora mesmo, tem um dos PIORES!”, continuou ele. Ele também reforçou sua promessa durante um discurso no início de janeiro deste ano.
Trump também prometeu, em um vídeo de campanha de junho de 2023, restabelecer seu decreto para que o governo dos EUA pague o mesmo preço por produtos farmacêuticos que outros países desenvolvidos. Algumas das medidas políticas do ex-presidente sobre a indústria farmacêutica foram anuladas por Biden.
Trump disse, em abril, que não assinaria uma proibição federal ao aborto e assumiu a posição de que as leis sobre o aborto devem ser decididas pelos estados.
“Os estados determinarão por votação ou legislação ou talvez ambos, e o que eles decidirem deve ser a lei do país”, disse Trump em uma gravação de abril publicada em sua plataforma Truth Social.
Trump também disse, em maio, que não apoiava a proibição de métodos contraceptivos. Ele disse anteriormente que estava “olhando para” anticoncepcionais quando perguntado se apoiava as restrições.
Em agosto, Trump anunciou planos de fazer o governo ou as seguradoras pagarem pelos tratamentos de fertilização in vitro. Ele não especificou como os tratamentos seriam pagos.
O ex-presidente também elogiou a maconha medicinal antes de alguns estados votarem sobre o assunto nos últimos meses.
Em uma publicação nas redes sociais, em setembro, ele prometeu que, se eleito, “continuaria a focar em pesquisas para desbloquear os usos médicos da maconha para [torná-la] um remédio “de Tabela 3″ [categoria na classificação americana para drogas com potencial moderado a baixo para dependência física/psicológica]”.
Gênero
Durante a Conferência de Ação Política Conservadora de 2023, Trump afirmou que vai “revogar todas as políticas de Biden que promovem a castração química e a mutilação sexual de nossos jovens e pedir ao Congresso que me envie um projeto de lei proibindo a mutilação sexual infantil em todos os 50 estados”.
O republicano também pontuou em um vídeo de campanha que emitiria uma ordem executiva instruindo agências federais a cortar programas que promovem transições de gênero, bem como pedir ao Congresso que pare de usar dinheiro federal para promover e pagar por procedimentos de afirmação de gênero.
O ex-presidente acrescentou que hospitais e provedores de saúde não atenderão aos padrões federais de saúde e segurança para o Medicaid e Medicare se eles fornecerem cuidados químicos ou físicos de afirmação de gênero para jovens.
O Medicare é um programa federal de seguro saúde para pessoas com 65 anos ou mais. Além disso, pessoas com menos de 65 anos com certas deficiências, insuficiência renal permanente ou esclerose lateral amiotrófica também podem ser elegíveis para o programa.
O Medicaid é um programa federal e estadual conjunto que ajuda a cobrir custos médicos de algumas pessoas com renda e recursos limitados.
Sistema de Justiça
Donald Trump prometeu usar o Departamento de Justiça dos EUA para atacar críticos e antigos aliados. Em vários vídeos e discursos, o ex-presidente também expôs planos para demitir “promotores marxistas radicais que estão destruindo a América”.
“Eu nomearei um verdadeiro promotor especial para perseguir o presidente mais corrupto da história dos Estados Unidos da América, Joe Biden, e toda a família criminosa Biden”, destacou o republicano em junho de 2023.
“Eu obliterarei totalmente o Estado Profundo”, adicionou.
O candidado disse em um vídeo de campanha no ano passado que ele restabeleceria uma ordem executiva de 2020 para expulsar burocratas “desonestos” e que vai propor uma emenda constitucional para limites de mandato para membros do Congresso.
Eu nomearei um verdadeiro promotor especial para perseguir o presidente mais corrupto da história dos Estados Unidos da América, Joe Biden, e toda a família criminosa Biden”.
Para abordar o que ele rotulou de relacionamento “perturbador” entre plataformas de tecnologia e o governo, o ex-presidente disse em um vídeo de janeiro de 2023 que ele decretaria que funcionários de agências como o FBI — o órgão de investigação federal dos EUA — ou a CIA — a agência de inteligência americana — devem esperar sete anos para que possam trabalhar para plataformas que supervisionam dados de usuários em massa.
Trump ressaltou em vários comunicados de campanha que ele encarregaria o Departamento de Justiça de investigar censura online, proibiria agências federais de “conspirar” para censurar cidadãos e que suspenderia o uso dinheiro federal para universidades que participam de “atividades de apoio à censura”.
Em um discurso de setembro de 2023, o republicano também indicou que deve continuar nomeando juízes conservadores.
“Eu mais uma vez nomearei juízes conservadores sólidos para fazer o que eles têm que fazer no molde dos juízes Antonin Scalia; Samuel Alito, um grande cavalheiro; e outro grande cavalheiro, Clarence Thomas”, afirmou.
Scalia foi juiz da Suprema Corte dos EUA, enquanto Thomas e Alito ainda integram o tribunal.
O candidato também prometeu “nomear procuradores dos EUA que serão o oposto dos promotores distritais de [George] Soros e outros que estão sendo nomeados nos Estados Unidos”.
Em um discurso em setembro de 2023, Trump também anunciou que nomearia uma força-tarefa para revisar os casos de pessoas que ele alegou terem sido “injustamente perseguidas pelo governo Biden”.
Ele observou que queria “estudar a situação muito rapidamente e assinar seus perdões ou comutações no primeiro dia”.
Essa é uma medida que pode levar a potenciais perdões de muitos manifestantes envolvidos no ataque ao Capitólio dos EUA, em 6 de janeiro de 2021 — o que ele sugeriu que faria em uma sabatina da CNN em maio de 2023.
Na Convenção Libertária, em maio, Trump também prometeu libertar Ross Ulbricht, o fundador do mercado paralelo online Silk Road, que está cumprindo pena de prisão perpétua por lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e invasão de computadores.
O ex-presidente se recusou a comutar a sentença de Ulbricht durante sua Presidência.
Crime
Donald Trump afirmou em dois vídeos de campanha de fevereiro de 2023 que se os promotores “marxistas” se recusarem a fazer acusações formais de crimes e entregar “nossas cidades a criminosos violentos”, ele “não hesitará em enviar a polícia federal para restaurar a paz e a segurança pública”.
O republicano acrescentou que encorajaria o Congresso a usar sua autoridade legal sobre Washington, DC, para restaurar a “lei e a ordem” e revisar os padrões federais relacionados a menores de idade para lidar com crimes crescentes como sequestros de carros.
Ele também abordou políticas feitas no que Trump chama de “guerra dos democratas contra a polícia”.
Sobre isso, o ex-presidente prometeu em um vídeo de campanha que aprovaria um “investimento recorde” para contratar e retreinar policiais, fortalecer medidas como “imunidade qualificada” para policiais , aumentar as penalidades para quem agredir policiais e mobilizar a Guarda Nacional quando a polícia local “se recusar a agir”.
A “imunidade qualificada” protege autoridades estaduais e locais de serem responsabilizados individualmente, a menos que a autoridade tenha violado um direito constitucional claramente estabelecido, de acordo com a Conferência Nacional de Legislaturas Estaduais dos EUA.
O ex-presidente acrescentou que exigiria que as agências de segurança que recebem dinheiro de seu fundo de investimento ou do Departamento de Justiça usem medidas de “senso comum comprovado”, como abordagem e revista.
Política Externa
Trump fez ataques contra países da Otan, a aliança militar ocidental. Em um comício na Carolina do Sul no início deste ano, ele disse que não cumpriria a cláusula de defesa coletiva do bloco e encorajaria a Rússia a fazer “o que diabos quisesse” se um integrante do grupo não cumprisse as diretrizes de gastos.
“A Otan estava quebrada até eu aparecer”, alegou. “Eu disse: ‘Todo mundo vai pagar’. Eles disseram: ‘Bem, se não pagarmos, vocês ainda vão nos proteger?’ Eu disse: ‘Absolutamente não’. Eles não conseguiam acreditar na resposta”, afirmou Trump.
O ex-presidente também prometeu anteriormente acabar com a guerra na Ucrânia, embora não tenha dado detalhes sobre como faria isso.
“Logo depois que eu ganhar a Presidência, terei a horrível guerra entre a Rússia e a Ucrânia resolvida”, destacou durante um evento de campanha ano passado, acrescentando em outro discurso que levaria “não mais do que um dia” para resolver o conflito se eleito.
Donald Trump abordou ainda sua estratégia de parar as “guerras sem fim”, prometendo expulsar “belicistas”, “fraudes” e “fracassos nas altas patentes do nosso governo” e substituí-los por oficiais de segurança nacional que defenderiam os interesses dos Estados Unidos.
O republicano comentou em um vídeo de campanha que impediria lobistas e contratados do governo de “empurrar” altos oficiais militares para a guerra.
Além disso, Trump destacou que restauraria uma medida instituída por ele que proibia viagens de indivíduos de vários países de maioria muçulmana para “manter terroristas islâmicos radicais fora do nosso país”. Essa proibição foi anulada por Joe Biden em 2021.
Novas cidades e carros voadores
Trump disse em vários vídeos de campanha que lideraria um esforço para construir as chamadas “Cidades da Liberdade” para “reabrir a fronteira, reacender a imaginação americana e dar a centenas de milhares de jovens e outras pessoas, todas famílias trabalhadoras, uma nova chance de ter uma casa própria e, de fato, o Sonho Americano”.
Em seu plano, o governo federal liberaria 10 novas cidades em terras federais, concedendo-as a áreas com as melhores propostas de desenvolvimento.
O ex-presidente afirmou em um vídeo de campanha que as Cidades da Liberdade trariam o retorno da manufatura dos EUA, oportunidade econômica, novas indústrias e vida acessível.
Em um vídeo de março de 2023, ele pontuou que os EUA liderariam os esforços para “desenvolver veículos de decolagem e pouso verticais para famílias e indivíduos”, não deixando a China liderar “essa revolução na mobilidade aérea” se ele for eleito.
O republicano destacou que esses veículos aéreos mudarão o comércio e trarão riqueza para as comunidades rurais.
Veículos elétricos
Donald Trump prometeu reverter as novas regras sobre poluição de carros na Agência de Proteção Ambiental dos EUA que poderiam exigir que veículos elétricos representassem até dois terços dos carros novos vendidos no país até 2032.
O ex-presidente afirmou durante um comício que as políticas relacionadas a veículos elétricos de Biden “significam a morte da indústria automobilística dos EUA”.
“No primeiro dia, encerrarei o mandato de veículos elétricos de Joe Biden e cancelarei todas as regulamentações destruidoras de empregos que estão esmagando os trabalhadores automotivos americanos”, pontuou.
Ainda assim, quando questionado se manteria o crédito tributário de US$ 7.500 de Joe Biden para compras de veículos elétricos, Trump disse à Reuters no final de agosto: “Não estou tomando nenhuma decisão final sobre isso”.
“Sou um grande fã de carros elétricos, mas sou fã de carros movidos a gasolina, e também de híbridos e tudo o mais que surgir”, ponderou.
Energia
Trump prometeu reduzir os preços da energia nos Estados Unidos aumentando a produção doméstica. Em vários eventos de campanha, ele apresentou planos para acabar com os atrasos nas licenças e arrendamentos federais de perfuração.
“Vamos ‘perfurar, baby, perfurar’ imediatamente”, disse Trump a uma multidão de apoiadores em Des Moines, em Iowa, durante após vencer as eleições primárias do Partido Republicano no estado, em janeiro.
Em um comício na Carolina do Sul, em fevereiro, ele prometeu remover os limites às exportações de gás natural americano.
O Washington Post também relatou que Trump, durante uma reunião em abril em Mar-a-Lago, prometeu reverter algumas das políticas climáticas de Biden se os executivos do petróleo arrecadassem US$ 1 bilhão para sua campanha.
Quanto a outras fontes de energia, o ex-presidente também mudou de ideia sobre a expansão de parques eólicos fora da costa.
Ele havia dito no ínicio de seu governo que isso faria parte de um esforço mais amplo para “liberar as forças da inovação econômica para desenvolver e explorar mais completamente nossa economia oceânica”.
Entretanto, em maio, Trump descreveu os parques eólicos como “horríveis” e acusou as turbinas de matar pássaros e baleias, acrescentando que ele “garantiria que isso acabasse no primeiro dia”.
O republicano também promoveu a mineração de criptomoedas nos EUA, uma indústria que se tornou significativamente mais dependente de combustíveis fósseis.
A prática pode ser um problema, porque os servidores exigem enormes quantidades de energia para resolver uma série complexa de algoritmos para verificar transações a fim de receber a criptomoeda como recompensa.
Em uma conferência sobre o assunto em julho, o ex-presidente prometeu facilitar a operação de empresas de mineração de criptomoedas nos EUA.
“Se a criptomoeda vai definir o futuro, quero que ela seja minerada, cunhada e feita nos EUA”, pontuou Trump, acrescentando que criaria um “estoque nacional estratégico de bitcoins”.
Ele também prometeu demitir o presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, Gary Gensler, que pressionou para regulamentar essa indústria.
Troca comercial
Em fevereiro, Trump prometeu impor “penalidades severas à China e outros abusadores comerciais”.
“Isso se chama ‘vocês nos ferram, e nós ferramos vocês'”, disse o ex-presidente em um comício na Carolina do Sul.
Com a proposta chamada “Trump Reciprocal Trade Act” (Lei de Comércio Recíproco de Trump, em tradução livre), o republicano pontuou que, se outros países impusessem tarifas aos EUA, o país imporia “uma tarifa recíproca e idêntica” de volta.
Foi a mesma promessa que o republicano fez em um vídeo de campanha em 2023. O objetivo, disse o ex-presidente na época, é fazer com que outros países retirem suas tarifas.
Como parte de uma estratégia maior para trazer empregos de volta aos EUA, Trump também destacou que implementaria sua chamada agenda comercial “América em Primeiro Lugar” se for eleito.
O ex-presidente afirmou também que os americanos veriam os impostos diminuírem à medida que as tarifas aumentassem, ao estabelecer tarifas básicas universais sobre a maioria dos produtos estrangeiros.
Sua proposta também inclui um plano de quatro anos para eliminar gradualmente todas as importações chinesas de bens essenciais e impedir que empresas americanas invistam na China.
Trump também disse em fevereiro que consideraria impor uma tarifa de mais de 60% sobre todas as importações chinesas se for reeleito.
Ele propôs ainda a adição de uma tarifa de pelo menos 10% sobre todas as importações de todos os países. Em um evento de campanha em agosto na Carolina do Norte, o candidato sugeriu que a tarifa geral poderia ser de até 20%.
Em uma reunião com legisladores do Partido Republicano em junho, o ex-presidente também sugeriu substituir impostos de renda federais por tarifas altas, de acordo com uma reportagem da Reuters.
Em setembro, ele citou a possibilidade de uma tarifa de 100% ou 200% sobre carros feitos no México. O candidato alegou que isso impediria as empresas chinesas de construir fábricas de automóveis no México para evitar tarifas dos EUA, que ele poderia impor por ação executiva.
Em outubro, Trump anunciou que, se for eleito, invocaria uma disposição do Acordo EUA-México-Canadá, que foi sancionado em janeiro de 2020 como uma substituição ao NAFTA (Tratado Norte-Americano de Livre-Comércio, um acordo de livre-comércio entre os países da América do Norte).
O ex-presidente teve como foco a China, prometendo em um vídeo de campanha de janeiro de 2023 restringir posses do país sobre a infraestrutura dos EUA, como energia, tecnologia, telecomunicações e recursos naturais.
Trump também destacou que forçaria os chineses a vender as participações atuais que podem colocar a segurança nacional em risco. “A segurança econômica é a segurança nacional”, ponderou.
Segunda Emenda da Constituição
Durante o fórum de liderança do Instituto de Ação Legislativa da Associação Nacional de Rifles (NRA, na sigla em inglês) de 2023, em abril do ano passado, Donald Trump disse que vai “pegar a ordem executiva de Biden que direciona o governo federal a mirar na indústria de armas de fogo e vou rasgá-la e jogá-la fora no primeiro dia”.
O ex-presidente também prometeu no discurso que o governo não infringiria os direitos garantidos na Segunda Emenda da Constituição dos Estados Unidos. Essa emenda destaca o direito de que os cidadãos americanos possuam armas de fogo.
Em maio, o candidato pontuou que assinaria uma lei forçando os estados a reconhecer uma licença de porte velado de qualquer jurisdição.
Equidade
“Criarei uma equipe especial para revisar rapidamente todas as ações tomadas por agências federais sob a agenda de ‘equidade’ de Biden que precisarão ser revertidas. Reverteremos quase todas elas”, ressaltou Trump em um vídeo de campanha.
O ex-presidente comentou ainda em vários vídeos de campanha que revogaria a ordem executiva sobre equidade instituída no governo Biden, que exigia que as agências federais entregassem resultados equitativos em políticas e conduzissem treinamento de equidade.
Se eleito, Trump pontuou que também demitiria funcionários contratados para implementar a política de Biden e, em seguida, restabeleceria sua ordem executiva de 2020, que proíbe estereótipos raciais e sexuais no governo federal.