Análise: Nos EUA, quem perde a Pensilvânia precisa conquistar outros estados-pêndulo
Fernanda Magnotta destaca importância do estado nas eleições americanas e discute polêmica envolvendo sorteio de Elon Musk para eleitores registrados
A Pensilvânia emerge como um estado decisivo nas eleições presidenciais dos Estados Unidos de 2024, segundo a analista de Internacional Fernanda Magnotta.
Durante sua participação no CNN 360° desta quinta-feira (31), ela destacou o papel crucial deste estado-pêndulo no cenário eleitoral americano.
A importância da Pensilvânia ficou ainda mais evidente após uma polêmica iniciativa do bilionário Elon Musk.
O CEO está sorteando US$ 1 milhão diariamente para eleitores registrados nos estados-pêndulo, ação que se tornou alvo de um processo judicial.
Disputa judicial e implicações eleitorais
A promotoria acusa Musk de criar um esquema de loteria ilegal, levando o caso a ser temporariamente paralisado por um juiz da Pensilvânia.
A defesa de Musk busca transferir o julgamento para uma corte federal, enquanto o bilionário não compareceu à audiência marcada.
Magnotta explica que o caso suscita um debate jurídico complexo, dada a variação das leis entre os estados americanos.
Enquanto os críticos argumentam que Musk está usando seus recursos de maneira indevida para influenciar o resultado eleitoral, seus apoiadores defendem que se trata de um direito individual.
Centralidade da Pensilvânia nas eleições
A analista enfatiza que a Pensilvânia tem sido consistentemente decisiva nas últimas eleições.
“Muita gente tem dito que a Pensilvânia é o estado decisivo já em todas as últimas eleições”, afirma Magnotta, ressaltando a importância estratégica do estado.
Nos cálculos das campanhas, o cenário ideal é vencer na Pensilvânia e em mais um ou dois estados.
Perder a Pensilvânia obrigaria um candidato a conquistar praticamente todos os outros colégios eleitorais cruciais, tornando a disputa significativamente mais difícil.
Implicações nacionais e institucionais
Magnotta alerta que o debate em torno da Pensilvânia deve se nacionalizar rapidamente.
Ela menciona preocupações sobre possíveis mudanças institucionais caso o ex-presidente Trump seja eleito, incluindo a redução do poder de agências reguladoras e o aumento da concentração de poder no Executivo.
A analista conclui sugerindo que o apoio de Musk a Trump pode estar relacionado a uma expectativa de benefícios em um modelo mais centralizado de governo, caso o republicano vença as eleições. Isso eleva as apostas não apenas para a Pensilvânia, mas para todo o arranjo institucional da democracia americana nas eleições de 2024.