Análise: Campanha democrata se adaptou mais rápido que a republicana
Analista Lourival Sant'Anna destaca a agilidade do Partido Democrata em se ajustar à nova dinâmica eleitoral entre Kamala Harris e Donald Trump
A corrida eleitoral nos Estados Unidos ganhou novos contornos com a ascensão de Kamala Harris como candidata democrata.
Segundo o analista de Internacional da CNN Lourival Sant’Anna, o Partido Democrata demonstrou uma notável capacidade de adaptação à nova realidade política.
Ele acrescentou que, embora o processo ainda não esteja completo, os democratas “deram passos rápidos nessa direção, mais rápidos do que se pode notar no caso de Donald Trump”.
Desafios da campanha republicana
O analista destacou que a campanha de Donald Trump tem enfrentado mais dificuldades para se ajustar à mudança de adversário.
Isso sugere que os republicanos podem estar em desvantagem estratégica neste momento crucial da corrida eleitoral.
Sant’Anna enfatizou o papel crucial das convenções partidárias neste processo: “As convenções têm essa função, é muito mais para falar para o público interno, o americano comum não fica assistindo convenções, mas é muito para mobilizar, energizar os militantes e os filiados”.
Mobilização do eleitorado
Um dos principais desafios das campanhas é motivar os eleitores a comparecerem às urnas.
O analista explicou que “não basta levar a mensagem ao eleitorado, não basta convencer o eleitorado de que se é o melhor ou a melhor candidata, é preciso convencer o eleitorado a sair de casa, numa terça-feira que não é feriado”.
Nesse contexto, Sant’Anna destacou a importância de alcançar grupos específicos do eleitorado: “Daí a necessidade de mobilizar, sobretudo parcelas do eleitorado que foram decisivas para o Joe Biden, os jovens, os negros e os latinos”.
Ele observou que Kamala Harris provavelmente terá mais facilidade em atrair o voto negro.
Estratégias digitais
O uso das redes sociais tem se mostrado crucial nesta campanha. Sant’Anna mencionou que Kamala Harris “tem uma presença expressiva no TikTok”, enquanto Trump tem uma presença maior em sua própria rede social, Truth Social, e está retornando ao Twitter.
Esta dinâmica digital reflete a importância crescente das plataformas de mídia social na formação da opinião pública e na mobilização de eleitores, especialmente entre os mais jovens.