Twitter deixará de restringir tuítes com conteúdo falso sobre eleição dos EUA
Em comunicado, empresa diz que advertências não são mais necessárias porque resultado – confirmando vitória de Joe Biden – foi atestado por várias fontes
O Twitter não esconderá mais tuítes falsos ou enganosos sobre os resultados das eleições nos EUA com rótulos de advertência, como fez com vários tuítes do presidente Donald Trump na semana passada.
“Com a eleição decidida, segundo várias fontes, de acordo com nossas diretrizes públicas, não vamos mais aplicar advertências em tuítes comentando o resultado da eleição”, disse um porta-voz do Twitter em comunicado.
O Twitter rotulou mais de um terço dos tuítes de Trump desde o fechamento da votação na noite de terça-feira (3), escondendo-os atrás de avisos que afirmavam que “parte ou todo o conteúdo compartilhado é contestado e pode ser enganoso sobre uma eleição ou outro processo cívico” e forçando os usuários clicar para ver a mensagem.
Embora esses avisos permaneçam ativos, eles não serão aplicados a nenhum novo tuíte.
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Além de esconder tuítes ofensivos atrás de rótulos de advertência, o Twitter restringiu como tais mensagens poderiam ser compartilhadas, incluindo a remoção de respostas e curtidas e apenas permitindo que os usuários citassem um tuíte – o que permite que os usuários compartilhem a mensagem com seus próprios comentários anexados – ao invés de retuitar.
Apesar da informação divulgada no comunicado, o Twitter ainda rotulou alguns tuítes de Trump no sábado (7). “Esta alegação sobre fraude eleitoral é contestada”, dizia um rótulo anexado a uma mensagem de Trump que afirmava que “os observadores não foram permitidos nas salas de contagem” e “milhões de cédulas foram enviadas para pessoas que nunca as solicitaram”.
“Continuaremos a aplicar rótulos para fornecer contexto adicional aos tuítes em relação à integridade do processo e às próximas etapas, quando necessário”, acrescentou um porta-voz da empresa.
Trump ainda está protegido de algumas das ações mais rígidas que o Twitter pode tomar contra usuários em geral – como a remoção de tuítes – por causa de seu status como líder mundial.
A política de interesse público do Twitter afirma que permitirá que mensagens de funcionários eleitos e governamentais permaneçam ativas “devido ao interesse público significativo em saber e ser capaz de discutir suas ações e declarações”.
A conta pessoal de Trump perderá essas proteções em 20 de janeiro, quando ele deixar o cargo (contas oficiais como @POTUS e @FLOTUS são assumidas pela nova administração quando há uma mudança no poder).
“A abordagem do Twitter para líderes mundiais, candidatos e funcionários públicos é baseada no princípio de que as pessoas devem ser capazes de escolher ver o que seus líderes estão dizendo em um contexto claro”, disse o porta-voz.
“Esta estrutura de política se aplica aos atuais líderes mundiais e candidatos a cargos públicos, e não a cidadãos privados quando deixem de ocupar esses cargos.”