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    5 lições da primeira onda de nomeações de Biden

    Diversidade, tecnicismo e previsibilidade marcam as escolhas do presidente-eleito até o momento

    Gregory Krieg, , da CNN

    O governo do presidente eleito Joe Biden está tomando forma depois que sua equipe de transição revelou na segunda-feira (23) uma série de nomeações para o seu gabinete e as principais mudanças de pessoal da Casa Branca.

    Como a tentativa do presidente Donald Trump de derrubar a eleição caiu por terra, Biden e sua equipe estão avançando e começando a dar aos norte-americanos uma visão mais detalhada de como ele planeja governar. 

    Veja o que aprendemos após o primeiro pacote de indicações e contratações de Biden.

    As escolhas para o gabinete até o momento

    Vice-presidente: Kamala Harris

    Secretário de Estado: Antony Blinken

    Secretário de Segurança Interna: Alejandro Mayorkas

    Ainda faltam: Secretário do Tesouro, Secretário da Defesa, Procuradoria-geral, Secretaria da Agricultura, Secretaria do Comércio, Secretaria do Trabalho, Secretaria de Saúde e Serviços Humanos, Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano, Secretaria de Transportes, Secretaria de Energia, Secretaria de Educação, Secretaria de Assuntos de Veteranos.

    As escolhas para a equipe da Casa Branca até o momento

    Chefe de Gabinete: Ron Klain

    Diretora de Inteligência Nacional: Avril Haines

    Conselheiro de Segurança Nacional: Jake Sullivan

    Embaixadora na ONU: Linda Thomas-Greenfield 

    Ainda faltam: Agência de Proteção Ambiental, Escritório de Administração & Diretor de Orçamento, Representante na Câmara do Comércio, Administração de Pequenas Empresas, Diretoria da CIA, Diretoria de Comunicações e Secretaria de Imprensa.

    Experiência com grandes nomes

    Nenhum governador democrata está comprando passagens para Washington, DC. Também os senadores democratas parecem (quer eles e seus aliados gostem ou não) presos em suas posições atuais por enquanto. 

    Com a chegada da primeira rodada de indicações, fica claro que Biden está escolhendo pessoas que são, indiscutivelmente, especialistas em suas áreas, em vez de nomes maiores na política democrata.  

    Parte disso é uma questão prática. 

    Os democratas não se saíram bem na votação geral no dia da eleição e há pouco apetite dentro do partido para arriscar a manutenção no poder, mesmo em estados ou distritos já democratas (azuis), em qualquer cargo poderoso. No passado, as saídas de alguns congressistas republicanos para assumir cargos no governo Trump se transformaram em caras guerras políticas que, por sua vez, inflamaram as paixões partidárias – algo que Biden, ao tentar restaurar algum tipo de normalidade, deseja evitar. 

    Haverá muito pouco treinamento prático necessário para os membros seniores da Casa Branca de Biden.

    O mesmo vale para seus indicados para administrar imensas burocracias, como o Departamento de Estado e o Departamento de Segurança Interna. 

    Os indicados de Biden para liderar o Departamento de Estado,?Antony Blinken, e o Departamento de Segurança Interna,?Alejandro Mayorkas, não são nomes conhecidos, mas ambos têm vasta experiência nas agências que serão encarregadas de administrar.

    Prioridade na diversidade

    Avril Haines
    Avril Haines, escolhida por Biden, será a primeira mulher a comandar a Inteligência Nacional
    Foto: REUTERS

    A primeira mulher a supervisionar o Departamento do Tesouro. O primeiro latino e imigrante a dirigir o Departamento de Segurança Interna (DHS). A primeira mulher a liderar a comunidade de inteligência. 

    Vários anúncios e análises dessas indicações históricas foram publicados em questão de horas na segunda-feira (23), quando Biden anunciou que Mayorkas, de origem cubana, chefiaria o DHS e Avril Haines seria a escolha de Biden para ser a próxima diretora de inteligência nacional.?Janet Yellen?está prestes a quebrar a tradição pela segunda vez. Primeira mulher a presidir o Federal Reserve, ela terá, se confirmada, a mesma distinção que a Secretária do Tesouro. 

    Durante a campanha, Biden prometeu que seu governo “se pareceria com os Estados Unidos”. Esse processo já começou e ficou evidente na composição de sua equipe de transição. 

    Quase metade é composta por pessoas não brancas e há mais mulheres do que homens em seus quadros, de acordo com?dados fornecidos à CNN.

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    Rejeição do Trumpismo

    Ao trazer o ex-Secretário de Estado?John Kerry?como seu enviado presidencial especial para a questão climática (e dar a essa posição um assento no Conselho de Segurança Nacional), Biden se desvia se forma marcante da negação da mudança climática por Trump, que chamou o aquecimento global de uma farsa e tirou os EUA do acordo climático de Paris. 

    O simples ato de contratar pessoas qualificadas para seus cargos é, em si, uma rejeição do modelo Trump, que instalou doadores, ideólogos de direita e aliados inexperientes em posições de poder, em alguns casos com o propósito expresso de minar as instituições a que se destinavam liderar. 

    Para a posição de embaixadora nas Nações Unidas – à qual Trump uma vez tentou nomear Heather Nauert, uma ex-âncora da Fox News que passou alguns anos como porta-voz do Departamento de Estado –, Biden escolheu na segunda-feira Linda Thomas-Greenfield, uma respeitada diplomata veterana que mais recentemente serviu como secretária adjunto do Bureau de Assuntos Africanos.

    No centro do Partido Democrata

    Alejandro Mayorkas
    Alejandro Mayorkas, de origem cubana, foi escolhido pelo presidente-eleito para comandar a Segurança Interna
    Foto: REUTERS

    Biden provocou o anúncio de sua escolha de dirigir o Departamento do Tesouro na semana passada com uma promessa pouco conhecida. 

    “É alguém que será aceito por todos os elementos do Partido Democrata”, disse ele, “das coalizões progressistas às moderadas”. 

    Desde o final das primárias até a campanha para as eleições gerais, o presidente eleito tem procurado conter a divisão ideológica no Partido Democrata, oferecendo um assento à mesa aos progressistas de forma pública e privada. Biden continuou nesse caminho durante a transição. 

    Mesmo assim, ele conquistou papéis importantes para seu grupo de confiança de assessores moderados e conselheiros de longa data. Esse leal círculo interno estará à frente e no centro do Salão Oval. 

    Algumas de suas escolhas foram mais populares com a esquerda do que outras, mas até agora ele se manteve afastado dos nomes mais polêmicos. Jake Sullivan, escolhido na segunda-feira para ser seu conselheiro de segurança nacional, dificilmente é um esquerdista. Mas seu trabalho nos últimos quatro anos para engajar ideias progressistas (junto com sua participação em um projeto de busca de sentido no Carnegie Endowment for International Peace) conquistou alguns aspirantes a céticos. 

    Ele está se movendo rápido

    Em uma espécie de continuação da campanha, a equipe de Biden está roubando oxigênio de Trump ao se manter em seu próprio roteiro – e ilustrar suas próprias manchetes. 

    Por enquanto, isso significa lançar continuamente escolhas para cargos de autoridades. 

    Passaram-se menos de duas semanas desde que Ron Klain foi nomeado chefe de gabinete da Casa Branca. Desde então, grande parte da equipe sênior da Ala Oeste foi anunciada e, com a agitação de segunda-feira, a política externa de Biden e os cargos de segurança nacional estão se preenchendo. 

    A velocidade do processo, que começou antes das eleições, enviou uma mensagem clara aos norte-americanos e aos que assistem à tudo do exterior: há um novo governo chegando e ele será pronto desde o primeiro dia. 

    (Texto traduzido,?clique aqui?para ler o original em inglês). 

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