Eleição presidencial na Argentina: o que dizem as pesquisas a cerca de um mês da votação
Candidato ultradireitista Javier Milei ganhou as eleições primárias e pode surpreender novamente no primeiro turno
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Javier Milei, candidato à Presidência da Argentina do La Libertad Avanza, foi o mais votado das eleições primárias. Suas principais propostas de campanha são a dolarização da economia argentina em etapas, a redução dos gastos estatais e a privatização de empresas públicas • Tomas Cuesta/Getty Images
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Patricia Bullrich superou o prefeito de Buenos Aires, Horacio Larreta, e foi a escolhida para concorrer à Presidência pela coalizão Juntos por el Cambio. Apesar de ainda não ter formalizado seu plano de governo, ela propôs algumas diretrizes em declarações: dolarização, medida contra inflação e luta contra greves e manifestações • Ricardo Ceppi/Getty Images
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O então ministro da Economia de Alberto Fernández, Sergio Massa, concorre agora à Presidênca pela Unión por la Patria. O equilíbrio fiscal, o superávit comercial, o câmbio competitivo e o desenvolvimento com inclusão são os eixos principais do seu plano de governo, conforme afirmou em um programa de televisão • Tomas Cuesta/Getty Images
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Juan Schiaretti cumpria seu terceiro mandato como governador de Córdoba e agora é candidato à Presidência da Argentina do Hacemos por Nuestro País. Ele defende um salário mínimo universal, a criação de uma moeda comum entre Brasil e Argentina, o cancelamento do atual acordo do país com o FMI e uma taxa permanente sobre grandes fortunas • Ricardo Ceppi/Getty Images
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Myriam Bregman, candidata à Presidência da Argentina da Frente de Izquierda y de Trabajadores – Unidad. Ela também defende o rompimento com o FMI e o não pagamento da dívida com o fundo. Além disso, ela propõe um programa "que a crise seja paga por quem a gerou" e a nacionalização dos bancos e do comércio exterior • Reprodução/Instagram
A pouco mais de um mês do primeiro turno das eleições presidenciais na Argentina, que acontece em 22 de outubro, as pesquisas eleitorais indicam que Javier Milei, candidato ultradireitista que surpreendeu e venceu as primárias em agosto, está em primeiro lugar nas intenções de voto.
Milei, um economista e antigo comentarista da televisão, abalou a elite política com críticas ruidosas, por vezes cheias de palavrões, aos seus rivais, juntamente com promessas de fechar o Banco Central do país, reduzir o tamanho do governo e dolarizar a economia.
Veja também — Análise: A vitória de Javier Milei nas primárias argentinas
Quais são os números da pesquisa?
A última pesquisa da consultoria Analogías mostra Milei com 31,1% dos votos, à frente do ministro da Economia do partido no poder, Sergio Massa, que está com 28,1%.
Já a ex-ministra da Segurança de direita Patricia Bullrich está com 21,2%, o que é um golpe para a principal oposição conservadora, que já foi considerada favorita à vitória.
Os levantamentos mostram que o apoio ao ultradireitista é mais forte entre os homens, os eleitores jovens e os grupos menos favorecidos.
“O resultado das primárias foi chocante, e o resultado das eleições gerais será chocante seja qual for o seu resultado”, avaliou a diretora de comunicação da Analogías, Marina Acosta, citando a corrida eleitoral sendo “colorida pela novidade política”.
Milei surpreende
As pesquisas sugerem que as eleições provavelmente irão para um segundo turno, que ocorrerá em novembro.
Um candidato precisa de 45% dos votos, ou pelo menos 40% com uma vantagem de 10 pontos percentuais do segundo colocado para vencer no primeiro turno.
Milei atingiu os eleitores argentinos furiosos, que enfrentam uma inflação de mais de 124%, um governo sem dinheiro, uma economia em declínio e cerca de quatro em cada dez pessoas na pobreza.
O seu concorrente mais próximo parece agora ser Massa, parte da coligação peronista de centro-esquerda. Aparentemente, eles oferecem dois modelos econômicos opostos para o país em apuros.
“As estratégias de Milei e Massa pretendem ser polos opostos uma da outra”, pontuou o analista político Julio Burdman, da consultoria Observatório Eleitoral. “Eles estão fazendo isso muito bem, o que permite que ambos obtenham ganhos”, adicionou.
Uma grande advertência, no entanto, é que os investigadores argentinos erraram muito na votação nas primárias e interpretaram mal as últimas eleições gerais de 2019, o que significa que o resultado final poderá surpreender mais uma vez.
*Com informações da Reuters