Eleição na Polônia: partido governista deve perder maioria parlamentar, diz pesquisa de boca de urna
Resultado das eleições polonesas poderá ter desdobramentos o equilíbrio de poder na União Europeia e o futuro da guerra na Ucrânia
O poder na Polônia está em disputa nessas eleições, depois de uma sondagem na boca de urna ter mostrado que o partido populista, atualmente no poder, perderá a sua maioria parlamentar após as votações no país.
O partido Lei e Justiça, conhecido pela sigla PiS em polonês, foi projetado para conquistar o maior número de assentos após a votação deste domingo (15).
Mas ficou um pouco aquém de uma maioria parlamentar, e o bloco de oposição – liderado pelo antigo primeiro-ministro polonês e presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk – parecia ter um caminho para o poder se fechasse acordos com partidos menores.
O resultado das eleições de hoje poderá ter desdobramentos importantes para o futura da Polônia , o equilíbrio de poder na União Europeia e o futuro da guerra na Ucrânia.
O PiS, que esteve envolvido em disputas com a UE durante os seus oito anos no poder, procurava um terceiro sucesso eleitoral consecutivo – um feito sem precedentes desde que a Polônia recuperou a sua independência da União Soviética.
O partido foi acusado pela UE e por figuras da oposição de desmantelar as instituições democráticas da Polônia durante o seu período no poder. O PiS colocou o poder judiciário, os meios de comunicação públicos e os organismos culturais poloneses sob maior controle governamental e adotou uma linha dura contra o acesso ao aborto e os direitos LGBTQ+.
Durante o período de campanha, o partido reagiu à coligação de oposição de Tusk, alegando que o antigo líder seria subserviente a Bruxelas e Berlim se regressasse ao poder.
A inflação elevada e a segurança das fronteiras da Polônia estiveram na mente dos eleitores durante a campanha. Os acontecimentos também foram observados em Kiev, após um período tenso que viu as relações entre os dois aliados azedarem.
A Polônia tem sido um parceiro crucial da Ucrânia no combate às forças russas, mas Varsóvia criticou intensamente o governo da Ucrânia durante uma disputa sobre as importações de cereais ucranianos.
Os eleitores elegeram membros de ambas as câmaras do parlamento polonês, sendo necessários 231 assentos no Sejm – a câmara baixa de Varsóvia – para que um partido conquiste o poder de imediato.