Egito ameaça deixar de ser mediador de acordo para cessar-fogo em Gaza
Tensão aumentou após fracasso na última rodada de negociação; inteligência egípcia alterou termos de proposta, segundo reportagem da CNN
O Egito ameaçou nesta quarta-feira (22) deixar de ser mediador nas negociações para um acordo de cessar-fogo para a Faixa de Gaza.
Isso acontece após CNN informar que a inteligência egípcia mudou os termos da proposta mais recente de trégua, frustrando um entendimento.
“As tentativas de lançar dúvidas e ofender os esforços de mediação do Egito só levarão a mais complicações da situação em Gaza e em toda a região e poderão levar o Egito a se retirar completamente da sua mediação no conflito atual”, disse Diaa Rashwan, chefe do Serviço de Informação do Estado do Egito.
Citando três pessoas familiarizadas com as discussões, a CNN destacou na terça-feira (21) que a inteligência egípcia mudou os termos de uma proposta de cessar-fogo que Israel concordou no início de maio.
Quando o Hamas anunciou, em 6 de maio, que aceitava o acordo, o documento aprovado não era a proposta que colegas mediadores dos Estados Unidos e do Catar pensavam ter sido enviado ao Hamas para revisão, segundo apuração CNN.
As mudanças feitas pela inteligência egípcia causaram raiva e recriminação entre autoridades dos EUA, de Israel e do Catar e levaram a um impasse nas negociações, informou a CNN.
A CIA, a agência de inteligência dos EUA, cujo diretor, William Burns, tem liderado os esforços de mediação americanos, se recusou a comentar a reportagem.
Rashwan afirmou no comunicado que a participação do Egito como mediador resultou de “repetidos pedidos e insistência” de Israel e dos EUA.
O Egito destacou que alguns “partidos” recentemente culparam os mediadores egípcios e do Catar e os acusaram de serem tendenciosos, acrescentou.
As tensões têm aumentado entre o Egito e Israel devido à operação militar israelense em Rafah, cidade no extremo sul da Faixa de Gaza, do outro lado da fronteira com o Egito.
Desde que a guerra entre Israel e o Hamas começou, em 7 de outubro, o governo egípcio tem manifestado preocupação de que a campanha de Israel possa irecionar os residentes do território palestino para o outro lado da sua fronteira, onde reforçou a segurança.