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    Dono de jornal crítico à China, Jimmy Lai é preso em Hong Kong

    Empresário foi detido pela nova lei de segurança nacional sob acusação de "conluio com forças estrangeiras"

    Greg Torode e Marius Zaharia, , da Reuters

    O empresário Jimmy Lai, magnata da mídia de Hong Kong, foi preso nesta segunda-feira (9) por “suspeita de conluio com forças estrangeiras” sob a nova lei de segurança nacional em uma ampla operação policial. 

    Lai, de 71 anos, tem sido um dos mais proeminentes críticos de Pequim, que impôs a nova lei abrangente em Hong Kong em 30 de junho. Muitos temem a lei de segurança nacional possa ser usada para anular os processos legais existentes e corroer ainda mais as liberdades civis e políticas da cidade.

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    Sua prisão marca um dos maiores momentos da repressão de Pequim contra a oposição na cidade e aumenta ainda mais as preocupações sobre a mídia e outras liberdades prometidas à ex-colônia britânica quando retornou à China em 1997.

    Isso “confirma os piores temores de que a Lei de Segurança Nacional de Hong Kong seja usada para suprimir opiniões críticas pró-democracia e restringir a liberdade de imprensa”, disse Steven Butler, coordenador do programa do Comitê para a Proteção dos Jornalistas na Ásia.

    “Jimmy Lai deve ser libertado imediatamente e quaisquer acusações retiradas.”

    A nova lei de segurança pune atos que a China considere subversão, secessão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras com pena de prisão perpétua.

    Críticos dizem que isso destrói a liberdade na cidade semi-autônoma, enquanto seus apoiadores dizem que trará estabilidade após prolongados protestos pró-democracia no ano passado.

    “Jimmy Lai está sendo preso por conluio com potências estrangeiras neste momento”, disse Mark Simon, executivo sênior da Next Digital, empresa de mídia de Lai, que publica o tabloide local Apple Daily.

    A polícia de Hong Kong disse ter prendido sete pessoas sob suspeita de violação da nova lei de segurança nacional da cidade, citando crimes, incluindo conluio com potências estrangeiras. Eram todos homens locais, com idades entre 39 e72 anos, disse, sem nomeá-los.

    A polícia afirmou que a operação estava em andamento e outras prisões eram possíveis.

    O Apple Daily, que postou em sua página do Facebook uma transmissão ao vivo da polícia entrando em suas instalações e levando os detalhes de quem trabalhava lá, relatou que Lai foi levado de sua casa em Ho Man Tin na manhã de segunda-feira. O jornal disse que um dos filhos de Lai, Ian, também foi preso em sua casa.

    Uma fonte do Apple Daily disse que outros executivos da empresa estavam entre os alvos. A polícia estava revistando suas casas, disse a fonte.

    “Estamos contratando advogados e outros para nos defendermos. Vemos isso como assédio direto”, disse a fonte.

    Esperava-se que cerca de 10 outras pessoas fossem presas na segunda-feira, informou o jornal local South China Morning Post, sem revelar suas fontes.

    As ações da Next Digital despencaram 11% na manhã de segunda-feira.

    A lei conduziu a China ainda mais em rota de colisão com o Ocidente, levando países como Austrália, Canadá e Reino Unido a suspender os tratados de extradição com Hong Kong.

    Nos principais casos em Hong Kong, o governo central de Pequim pode reivindicar jurisdição. A legislação permite que os agentes levem suspeitos para o outro lado da fronteira para julgamentos em tribunais controlados pelo Partido Comunista, uma questão que levantou alarme em casa e no exterior.

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