Divulgação de imagens da morte de homem negro nos EUA é adiada por 30 dias
Decisão frustrou familiares de Andrew Brown Jr, de 42 anos, morto a tiros há uma semana
A justiça de Elizabeth City, na Carolina do Norte, nos Estados Unidos, adiou por 30 dias a divulgação das imagens que podem esclarecer a morte de Andrew Brown Júnior, de 42 anos, após um encontro com a polícia que durou menos de 30 segundos, no último dia 21.
Sob pressão, a promotoria pública da cidade mostrou 20 segundos de imagens à família. A CNN conseguiu um outro vídeo, que mostra o momento no qual os policiais chegaram à casa do americano, com um mandado de busca de drogas, bateram na porta e, em menos de quatro segundos, Brown estava morto.
Aparentemente, ele tentou fugir da polícia de carro e tinha as mãos no volante quando foi baleado. O advogado da família contratou uma autópsia particular e divulgou o resultado: Andrew teria sido atingido no braço direito quatro vezes e morreu em consequência de um tiro na nuca. Para ele o advogado, “foi uma execução”.
O Departamento de Direitos Civis do FBI abriu uma investigação sobre a atuação dos agentes. O uso excessivo da força e as práticas dos policiais de Mineápolis, onde George Floyd morreu, também estão sob investigação do Departamento de Justiça e das corporações de Kentucky, Chicago e Baltimore.
Para os manifestantes que ocupam as ruas de Elizabeth City há cinco dias, o problema é nacional e os incidentes se repetem por causa do racismo.
O xerife da cidade se uniu a 20 empresas de comunicação e entrou na Justiça para exigir que as imagens das câmeras dos uniformes dos policiais do departamento que ele mesmo dirige sejam divulgadas. A promotoria pública foi contra e pediu os 30 dias para investigar antes que as imagens venham a público. O juiz decidiu que a comunidade e a família terão que esperar.
(Publicado por Sinara Peixoto)