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    Diplomata chinês convoca Japão e Coreia do Sul a se unir a Pequim e “revitalizar a Ásia”

    Wang Yi defendeu uma aproximação entre os três países visando o fortalecimento do continente e alegou que norte-americanos e europeus não conseguem distinguir um japonês de um chinês ou coreano 

    Nectar Ganda CNN , Hong Kong

    Um dos principais diplomatas da China pediu ao Japão e à Coreia do Sul que promovam um senso de “autonomia estratégica” do Ocidente e cooperem com Pequim para “revitalizar a Ásia”, em meio às crescentes tensões entre a China e os dois aliados americanos vizinhos.

    Os comentários de Wang Yi na segunda-feira ocorrem quando o Japão e a Coreia do Sul estreitam as relações com os Estados Unidos – e consertam os laços entre si – impulsionados por preocupações comuns sobre a crescente influência e assertividade de Pequim na região.

    Em um vídeo compartilhado pela mídia estatal chinesa, Wang disse a convidados japoneses e sul-coreanos que participaram de um fórum trilateral na cidade costeira oriental de Qingdao que a maioria dos americanos e europeus não consegue distinguir China, Japão e Coreia do Sul.

     

    “Não importa o quão loiro você pinte seu cabelo, quão pontudo você modele seu nariz, você nunca pode se tornar um europeu ou americano, você nunca pode se tornar um ocidental”, disse Wang. “Devemos saber onde estão nossas raízes.”

    Wang pediu que o Japão e a Coreia do Sul trabalhem em conjunto com a China para “prosperar juntos, revitalizar o Leste Asiático, revitalizar a Ásia e beneficiar o mundo”.

    Wang falou à margem do Fórum Internacional de Cooperação Trilateral, um evento anual organizado por Pequim, Tóquio e Seul desde 2011.

    Na segunda-feira, Wang também discursou na cerimônia de abertura do fórum em um esforço para “enviar um sinal claro” do potencial de reagrupamento dos três vizinhos, disse o Ministério das Relações Exteriores da China em comunicado.

    Em seu discurso de abertura, Wang pediu ao Japão e à Coreia do Sul que “promovam valores asiáticos inclusivos, fomentem um senso de autonomia estratégica, mantenham a unidade e a estabilidade regional, resistam ao retorno da mentalidade da Guerra Fria e fiquem livres da coerção do bullying e da hegemonia”, disse o comunicado.

    “O destino da região está firmemente em nossas próprias mãos”, disse Wang.

    Xi Jinping, o líder mais poderoso da China em décadas, pressionou para expandir o papel de Pequim no cenário mundial com uma política externa cada vez mais assertiva que alimentou as tensões com muitos de seus vizinhos e com o Ocidente.

    Nos últimos anos, o governo Biden intensificou os esforços para unir aliados e parceiros afins para conter a crescente influência da China no Pacífico, inclusive com a Coreia do Sul e o Japão, dois de seus aliados mais importantes na Ásia.

    Seus laços trilaterais são fortalecidos por preocupações de segurança sobre a Coreia do Norte. Os três países realizaram exercícios militares conjuntos este ano para aumentar sua coordenação contra as crescentes ameaças de mísseis norte-coreanos.

    Eles também emitiram declarações conjuntas sobre as tensões no Estreito de Taiwan – uma área que tanto Tóquio quanto Seul dizem ser vital para suas respectivas seguranças – o que atraiu a ira de Pequim.

    Em um ataque velado aos EUA, Wang acusou na segunda-feira “certas grandes potências fora da região” de “exagerar diferenças ideológicas” para semear confronto e divisão, a fim de buscar ganhos geopolíticos, segundo o Ministério das Relações Exteriores da China.

    “Se essa tendência se desenvolver, ela não apenas interferirá seriamente no bom andamento da cooperação trilateral, mas também agravará a tensão e o confronto na região”, acrescentou Wang.

    O ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Park Jin, e o ministro das Relações Exteriores do Japão, Yoshimasa Hayashi, abordaram o evento por meio de um link de vídeo, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores da China.

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