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    ‘Dia histórico’, diz pesquisador sobre condenação de policial por morte de Floyd

    'Sempre as pessoas negras são brutalizadas, não é coincidência', afirma Cleifson Dias

    Produzido por Vinícius Tadeu e Jorge Fernando Rodrigues, da CNN em São Paulo

    A condenação do policial Derek Chauvin pela morte de George Floyd nos Estados Unidos é um marco para a luta contra o racismo, mas não vai fazê-lo deixar de existir, já que está enraizado pelo mundo, aponta o professor e pesquisador sobre violência e relações raciais Cleifson Dias.

    “É um dia histórico. Mas o caso não pode ser festejado como um acontecimento, nós não temos intenção de sermos mártires. Mas não podemos deixar de registrar que em meio a esse fato brutal e lamentável, um terrorismo de estado sobre a população negra, essa situação levou o Brasil e o mundo a outro estágio na discussão do racismo”, avaliou em entrevista à CNN.

    “A gente nunca viu antes tantos episódios de manifestações e reconhecimento do racismo como um problema generalizado na sociedade.  O racismo faz parte de um conjunto de violências sistêmicas. Sempre estamos pedindo às pessoas negras que esperem que um dia a liberdade e dignidade chegam, e a gente vai morrendo ao longo desse processo”, afirma. 

    O professor e pesquisador sobre violência e relações raciais Cleifson Dias (21.a
    O professor e pesquisador sobre violência e relações raciais Cleifson Dias (21.abr.2021)
    Foto: Reprodução/CNN

    No país, há muito a ser feito, afirma dias. “O Brasil já foi considerado um dos países mais racistas do mundo. Negamos sistematicamente o racismo no Brasil e não foi diferente desse episódio (de Floyd)”. 

    As sociedades ainda têm muito o que caminhar, aponta o pesquisador. “A gente tem um passado onde a gente tratava pessoas como se animais fossem, as pessoas negras cujos corpos são aviltados e violentados sistematicamente. Sempre as pessoas negras são brutalizadas, não é coincidência. Essa herança colonial produz reminiscências até hoje”.

     

    (Publicado por Sinara Peixoto)

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