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    Desmatamento ilegal “alarma”, e Brasil passa por crise de imagem, diz Pacheco na COP26

    Ao lado do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, presidente do Senado reconheceu tambémméritos no combate às mudanças climáticas

    Giovanna Galvanida CNN

    em São Paulo

    O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou nesta terça-feira (9) na COP26, em Glasgow, que o Brasil tem méritos no combate às mudanças climáticas. Ressaltou, no entanto, que o país precisa fazer um “mea-culpa” e reconhecer que o desmatamento ilegal “alarma o mundo” e gera uma “crise de imagem” do país perante a comunidade internacional.

    “O problema maior é o desmatamento ilegal, que alarma o mundo e constitui uma narrativa consistente e forte em relação ao Brasil, o que faz com que tenhamos uma crise de imagem”, disse Pacheco durante participação no estande brasileiro da COP26.

    “Isso deve nos impor o diagnóstico e a identificação da realidade que queremos transformar. Todos nós temos esse compromisso: identificar o problema e reconhecer que estamos em rota de sua solução”, acrescentou o senador.

    Rodrigo Pacheco participou da roda de conversa ao lado do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, do vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), e do presidente da Confederação Nacional de Indústria (CNI), Robson de Andrade.

    O senador também afirmou que preservar o meio ambiente é essencial para a economia, já que “amanhã o Brasil pode ter dificuldade em se relacionar se não tivermos aqui a materialização” de intenções de reduzir as emissões em face das mudanças climáticas, defendeu.

    “Há uma clareza que, além de responsabilidade ambiental que desagua em um estado de conter o aquecimento global, mais que salvar o planeta, este hoje é um discurso inserido no capitalismo nacional e mundial, que se ocupa desses temas”, afirmou Pacheco.

    O presidente do Senado fez sua participação na mesa logo após o ministro Joaquim Leite destacar que “é momento dos grandes países mostrarem também um movimento claro para trazer a solução”. “A emergência para transformar uma economia global para verde é financeira”, disse o ministro.

    O tema é um dos principais da COP26, que remonta a intenções estabelecidas no Acordo de Paris, firmado em 2015, de implementar um fundo de US$ 100 bilhões para países em desenvolvimento incrementarem suas políticas de transição energética e diminuição na emissão de gases poluentes.

    Para Pacheco, também é papel do poder público demonstrar à sociedade que tais fundos, que Joaquim Leite defendeu que fossem maiores, não se tratam de “filantropia” mundial, mas de “compensação histórica” referente às emissões dos países ricos no passado.

    “Não é uma desculpa. Nós sabemos das nossas responsabilidades, devemos combater desmatamento com mecanismos de controle, mas esse investimentos são fundamentais e justos, porque tem uma logica de compensação histórica e não de altruísmo filantrópico”, disse.

    Segundo o ministro Joaquim Leite, até o fim da COP26, serão “quatro dias de muita negociação” para alcançar acordos que reflitam a posição do Brasil neste momento.

    “O setor privado também entrou nessa corrida para a neutralidade de carbono em 2050 e nós, juntos, temos que trazer a estrutura e políticas públicas para que isso aconteça com emprego verde, juros verdes, incentivos verde”, declarou. “O desafio é acelerar na direção de uma nova economia verde”.

    Projetos no Congresso

    No evento, o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos, fez um apelo ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para que colocasse em votação o projeto de lei que regulamenta o mercado de carbono no Brasil. O PL 528/2021 é de autoria de Ramos.

    “Não chegamos ao texto ideal, mas chegamos ao texto possível”, destacou o deputado.

    Rodrigo Pacheco afirmou que, assim que chegar ao Senado, a proposta terá a urgência merecida na análise.