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    Deslizamento no Himalaia: Professor alerta para riscos do gás carbônico

    “O caminho que nós indicamos no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas - é diminuir as emissões de carbono", diz Diretor de Biociência da USP

    Produzido por Vinícius Tadeu, da CNN em São Paulo (sob supervisão de Elis Franco)

    Em entrevista à CNN, o Diretor do Instituto de Biociência da USP, Marcos Buckeridge, relacionou a tragédia que aconteceu neste domingo (7) no Himalaia, na Índia, com o desastre em Brumadinho em 2019. Ambas foram provocadas por rupturas de barragem. As autoridades indianas estimam que cerca de 150 pessoas tenham morrido

    “O grande problema é que quando isso ocorre próximo a populações humanas, ele causa desastres. Neste caso, um desastre inclusive que lembra muito Brumadinho. Os efeitos são bastante parecidos, apesar da origem ser diferente”. 

    Buckeridge afirma que há anos os ambientalistas vêm se dedicando a estudar e alertas as autoridades sobre os riscos. Até mesmo em relação ao derretimento da Cordilheira dos Andes já existem pesquisas. 

    “No Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, nós já estamos avisando isso há bastante tempo. Em 2014, inclusive, nós escrevemos sobre estes problemas que poderiam ocorrer aqui na América do Sul, nos Andes”.

    Como solução, o pesquisador aponta a necessidade de diminuição da emissão de gás carbônico. “O caminho que nós indicamos no IPCC – Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas – é diminuir as emissões de carbono. Isso, infelizmente, governos diferentes dão valores diferentes”, disse.

    Sobre o desastre na Índia, que pode ter provocado a morte de 150 pessoas, Marcos Buckeridge diz que ainda é preciso ser estudado o real motivo. 

    “Existe um efeito que nós chamamos de inércia. A temperatura vai continuar aumentando. Mesmo que a gente pare agora de emitir gás carbônico, os efeitos vão demorar um pouco para acontecer. Nós estamos chegando em alguns pontos do planeta no limite, como provavelmente pode ter acontecido aí. Pode ser um outro evento, vai precisar ser avaliado, isso vai ser estudado, provavelmente, por vários especialistas em geleira. 

    Ele ressalta que o problema do derretimento ocasionado pelas mudanças climáticas é gradativo. “Chega num determinado ponto que estas geleiras podem partir e descer. Nesse caso específico do Himalaia, é uma queda que deve ter sido entre 3 mil e 3,5 mil metros. Então você imagina a força desse gelo descendo e forma de fato uma espécie de tsunami no caminho do rio”.

    Resgate de vítimas após desastre na Índia (07 fev 2021)
    Resgate de vítimas após desastre na Índia (07 fev 2021)
    Foto: Reprodução / CNN 

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