Desertor norte-coreano escapa de prisão chinesa e fuga viraliza; veja

Autoridades chinesas oferecem uma recompensa equivalente a US$ 23.000 (cerca de R$ 125 mil) pela captura de um desertor norte-coreano que fugiu da prisão na cidade de Jilin, no nordeste do país, nesta segunda-feira (18).

O preso, identificado como Zhu Xianjian, entrou ilegalmente na China em 2013. Três anos depois, ele foi condenado a 11 anos de prisão por travessia ilegal de fronteira, furto e roubo, de acordo com uma decisão judicial.

Um aviso de recompensa emitido pela prisão de Jilin disse que Zhu escapou na noite de segunda, depois de escalar um galpão próximo a um portão enquanto os presos terminavam o trabalho no quintal.

O aviso oferece uma recompensa de US$ 15.600 (cerca de R$ 85 mil) por informações que ajudem a polícia a prender Zhu. E pode chegar a US $ 23.400 (cerca de R$ 125 mil) por pistas que levem diretamente à sua prisão – quase cinco vezes a renda média anual dos residentes urbanos de Jilin e mais de nove vezes a dos residentes nas áreas rurais.

A fuga dramática de Zhu foi capturada em um vídeo de vigilância postado nas redes sociais chinesas por vários meios de comunicação estatais.

Remarkable pictures from N Korean who escaped from a Chinese jail and is now on the run: https://t.co/o58KoyTSad

— Dali L. Yang (@Dali_Yang) October 19, 2021

Na filmagem, Zhu é visto escalando o galpão, correndo pelo telhado e usando o que parece ser uma corda para danificar a cerca elétrica ao redor do muro da prisão, causando uma série de fagulhas. Ele então pisa na cerca para pular outra cerca de metal e desaparece atrás dos muros altos, enquanto prisioneiros e guardas olham.

A polícia bloqueou as entradas das aldeias vizinhas e conduziu uma busca de casa em casa por Zhu, de acordo com o jornal estatal Global Times. Outro vídeo de vigilância mostra Zhu rolando no chão depois de pular de uma cerca alta. Ele fica imóvel por um tempo antes de se levantar e fugir.

A notícia da fuga de Zhu chamou a atenção do público na China, onde fugas de prisões são raras. Uma hashtag no Weibo, a plataforma semelhante ao Twitter na China, atraiu mais de 22 milhões de visualizações, de acordo com o Global Times.

Mas a censura logo começou. O aviso de recompensa foi excluído da conta de mídia social da polícia da prisão de Jilin, e algumas hashtags e postagens relacionadas foram removidas do Weibo – incluindo imagens da fuga de Zhu.

De acordo com os documentos judiciais, passava da meia-noite de 21 de julho de 2013 quando Zhu – um mineiro de carvão – nadou pelo rio da ponta nordeste da Coreia do Norte até uma vila chinesa na cidade de Tumen, na província de Jilin.

Em poucas horas, ele invadiu várias casas da aldeia para roubar dinheiro, telefones celulares, tênis e roupas. Na terceira casa, uma idosa o descobriu e gritou por socorro, afirma o documento do tribunal.

“Peguei uma faca amarrada na minha cintura e esfaqueei a vovó nas costas. Então percebi que ela estava carregando uma mochila. Tentei arrancá-la, mas ela não largou, então a esfaqueei mais algumas vezes”, é o que Zhu teria dito no tribunal, segundo os documentos.

Zhu foi preso horas depois ao tentar fugir em um táxi. A idosa sofreu ferimentos graves, mas sobreviveu, acrescentou.

Enquanto estava na prisão, a sentença de Zhu foi reduzida duas vezes – em 2017 e em 2020 – por uma demonstração de remorso, boa disciplina e participação ativa na “educação ideológica, cultural e profissional” e trabalho, informou a emissora estatal CCTV . Ele seria solto em agosto de 2023.

De acordo com a Human Rights Watch, desertores norte-coreanos que são enviados de volta ao país podem enfrentar punições severas, incluindo tortura e abuso sexual.

(Texto traduzido. Clique aqui para ler o original em inglês)