Cubanos denunciam supostos policiais disfarçados de civis em protestos de Havana
Vídeos que viralizaram em Cuba mostram homens carregando pedaços de madeira; ação poderia ter sido convocada pelo governo para dispersar manifestantes
Em meio à tensão em Cuba, surge um novo vídeo que mostra vários ônibus enfileirados em Havana, que teriam sido mobilizados pelo governo de Cuba. Nas imagens também é possível ver pessoas carregando pedaços de madeira enquanto caminham perto dos veículos.
As imagens, cuja data exata não foi confirmada pela CNN, surgem num momento em que a ilha enfrenta manifestações contra e a favor do governo do presidente Miguel Díaz-Canel.
A CNN já constatou outras situações que parecem ser operações semelhantes no local. No vídeo, que se tornou viral em Cuba, ouve-se uma pessoa garantindo que, na realidade, não são cidadãos comuns que chegam de ônibus.
“São todos policiais”, diz a pessoa, embora os homens do vídeo estejam vestidos com roupas civis. A CNN não conseguiu verificar esta afirmação.
“Olha a quantidade de cassetetes que trazem, pedaçõs de pau, um pedaço grande na mão pra bater forte, sim, aí falam que é o povo, trouxeram no ônibus para bater. Aí eles dizem que é a cidade que está dando golpe.”
O vídeo, que dura mais de 2 minutos, não mostra o que acontece antes ou depois da chegada dos ônibus. Nem se houve confronto após a chegada do grupo ao local.
Diversos meios de comunicação internacionais também compartilharam imagens e depoimentos sobre a mobilização de pessoas supostamente ligadas ao governo carregando bastões de madeira.
Eles citam que os eventos ocorreram em Havana e Camagüey. Os meios de comunicação que cobrem o que se passa em Cuba, inclusive a CNN, puderam constatar a ação em outras ocasiões. Esta seria uma resposta rápida para dispersar as manifestações contra o governo.
No último domingo, houve protestos em vários locais de Cuba. Até esta quarta-feira (14), há mais de 150 detidos ou com paradeiro desconhecido, segundo a Human Rights Watch e o centro de direitos humanos Cubalex.
O presidente Miguel Díaz-Canel disse nesta quarta que “há dezenas de feridos, o número exato não pode ser especificado agora”. “São muitos os feridos que são da parte da cidade que procurou evitar estes vandalismos, da parte da cidade que foi defender a ordem, a segurança e a tranquilidade dos cidadãos”, acrescentou.
(Esse texto é uma tradução. Para ler o original, em espanhol, clique aqui)