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    Cuba diz que EUA são responsáveis pelos protestos de 2021, os maiores em décadas

    Acusação foi feita sem apresentação de nenhuma prova pelo jornal do Partido Comunista da ilha caribenha

    Nelson AcostaMatt Spetalnickda Reuters , Havana, Cuba

    Cuba acusou nesta segunda-feira (10) o governo dos Estados Unidos de ter “responsabilidade direta” pelos protestos que abalaram a ilha caribenha há dois anos e que marcaram as maiores manifestações desde a revolução de 1959, liderada por Fidel Castro.

    “Os Estados Unidos têm responsabilidade direta pelos distúrbios de 11 e 12 de julho de 2021”, disse o jornal Granma, dirigido pelo Partido Comunista, em editorial de primeira página antes do aniversário dos protestos.

    A publicação não forneceu nenhuma evidência para apoiar as acusações. O jornal disse que as pessoas foram abertamente incitadas e receberam verbas dos EUA para infringir a lei em atos de roubo e agressão – mesmo quando Washington fortalecia suas sanções, enquanto a economia de Cuba passava por dificuldades por conta do impacto da pandemia de coronavírus.

    O editorial também denunciou uma “campanha de desinformação e calúnia” nas redes sociais.

    “As calúnias promovidas pela Casa Branca, relacionadas a eventos que patrocinou em 2021, são usadas como pretexto para manter uma política de pressão máxima contra Cuba”, afirmou.

    Em julho de 2021, milhares de cubanos saíram às ruas gritando “liberdade” em quase 50 cidades do país para protestar contra o aprofundamento da crise econômica, a pior em três décadas.

    Frustrados com as longas filas para comida, transporte público, combustível e remédios, mais de 140 mil cubanos migraram para os Estados Unidos desde outubro de 2021, segundo dados do governo dos EUA.

    Os protestos duraram pouco e, desde então, as autoridades cubanas condenaram centenas de pessoas à prisão sob acusações que vão de desordem pública a sedição, provocando denúncias de violações de direitos humanos por parte de ativistas.

    O Departamento de Estado dos EUA disse que não estava por trás dos protestos de 2021 e reiterou os pedidos de libertação imediata de cerca de 700 presos políticos cubanos.

    “Como o mundo inteiro sabe, o povo cubano protestou por si mesmo”, disse uma autoridade do Departamento de Estado dos EUA, acrescentando que “o regime continua a reprimir violentamente praticamente qualquer tipo de dissidência pública pacífica e detém, assedia e ameaça famílias de manifestantes detidos que ousam falar publicamente sobre seus familiares detidos”.

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