COVID-19: casos desaceleram na Itália, enquanto EUA entram em semanas cruciais
Ainda países com mais mortes, Itália e Espanha diminuem taxas de óbitos diários. Já EUA se consolidam como novo epicentro mundial da doença
Ainda os dois países com mais mortes registradas em decorrência do novo coronavírus, Itália e Espanha apresentaram tendência de queda no número de óbitos diários neste fim de semana, embora as autoridades de ambos os países sigam em alerta com o grave cenário provocado pela doença.
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Em contrapartida aos êxitos das duas nações europeias, os Estados Unidos se consolidam como novo epicentro global da doença, com números crescentes de mortes diárias. O país, que tem batido recordes de ocorrências, se prepara para “semanas difíceis” com projeção de piora da situação.
Após relativizar a gravidade da doença, o presidente americano Donald Trump na última semana reconheceu a veracidade de estudos que estimam de 100.000 a 240.000 mortes de americanos, mesmo com adoção de medidas de isolamento. Trump reforçou as medidas de quarentena e chamou o coronavírus de “praga”.
Desaceleração na Europa
No domingo, a Defesa Civil italiana anunciou um balanço de 525 mortes no país durante 24 horas – uma queda de 25% em relação ao total de óbitos registrados no sábado.
Na Espanha, um quadro semelhante: o Ministério da Saúde divulgou um saldo de 674 mortes no domingo, número abaixo dos 809 óbitos de sábado e bem menor que o recorde diário de 950 mortes na quinta-feira (2).
Pelo levantamento em tempo real da universidade americana Johns Hopkins, a Itália iniciou a segunda-feira com 128.948 casos e 15.887 mortes pela COVID-19. Na Espanha, são 131.646 casos e 12.641 óbitos.
Em outros países europeus, porém, a tendência ainda é de alta. Recentemente, França e Reino Unido ultrapassaram a China em número de mortes pelo vírus. De acordo com a Johns Hopkins, já são 8.078 óbitos na França e 4.934 no Reino Unido, acima das 3.331 mortes registradas na China, país que registrou os primeiros casos de infecção pelo vírus.
No Reino Unido, o premiê Boris Johnson, que testou positivo para a COVID-19, foi internado para exames preventivos. Em raro pronunciamento à nação, a rainha Elizabeth II enviou mensagem de resiliência e declarou que “dias melhores vão voltar”.
Piora nos Estados Unidos
As próximas duas semanas serão cruciais na luta dos Estados Unidos contra o coronavírus, alertam as autoridades de saúde do país, que pedem aos americanos obediência a rígidas medidas de distanciamento social.
Em entrevista à Fox News, o vice-almirante Jerome Adams, que integra o Ministério de Saúde do país, declarou que a semana que se inicia será “a mais difícil e triste na vida dos americanos”.
O número de casos em todo o país no domingo subiu para pelo menos 337.274, com pelo menos 9.633 mortos, segundo dados compilados pela Universidade Johns Hopkins. Dessas mortes, 1.344 foram registradas no sábado – as maiores mortes registradas nos EUA em um único dia.
Apesar dos números crescentes e das advertências sombrias das autoridades de saúde, o presidente Donald Trump disse em um comunicado da Casa Branca na noite de domingo que “começa a ver uma luz no fim do túnel”.
O vice-presidente Mike Pence também reconheceu a gravidade da situação, mas citou “lampejos de progresso” por conta das medidas de isolamento tomadas no país.