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    Coreia do Sul quer levar a tribunal decisão do Japão sobre águas de Fukushima

    Presidente Moon Jae-in ordena que governo considere pedir liminar em corte internacional; China diz que medida abre precedente para descarte de águas residuais

    Reuters

    O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, ordenou às autoridades do país nesta quarta-feira (14) que considerem acionar um tribunal internacional contra a decisão do Japão de liberar águas de sua usina nuclear de Fukushima no oceano, disse um porta-voz, em meio a protestos de grupos pesqueiros e ambientais.

    O Japão divulgou planos na terça-feira (13) para liberar no mar mais de 1 milhão de toneladas de água da usina afetada por um terremoto e tsunami de 2011 a partir de 2023 após filtrá-la para remover isótopos nocivos. 

    A iniciativa atraiu oposição imediata de seus vizinhos Coreia do Sul, China e Taiwan.

    A Coreia do Sul protestou fortemente contra a decisão, convocando Koichi Aiboshi, embaixador de Tóquio em Seul, e organizando uma reunião de emergência de agências nacionais para elaborar sua resposta.

    Moon, em uma reunião separada na quarta-feira, disse que as autoridades deveriam procurar maneiras de encaminhar a ação do Japão ao Tribunal Internacional para o Direito do Mar, incluindo um pedido de liminar, disse seu porta-voz, Kang Min-seok, em uma entrevista.

    Moon também expressou preocupação sobre a decisão quando Aiboshi apresentou suas credenciais. O embaixador do Japão chegou à Coreia do Sul em fevereiro para ocupar o cargo.

    “Não posso deixar de dizer que há muitas preocupações aqui sobre a decisão por sermos um país que está geologicamente próximo e compartilha o mar com o Japão”, disse Moon, pedindo a Aiboshi para transmitir essas preocupações a Tóquio, de acordo com Kang.

    O Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul emitiu um comunicado dizendo que havia levado preocupações semelhantes a Washington, depois que o Departamento de Estado disse que a decisão do Japão foi “transparente” e em linha com os padrões globais de segurança.

    O ministério também disse que compartilhava “forte pesar e sérias preocupações” sobre o lançamento planejado da água em uma videoconferência na quarta-feira com autoridades chinesas sobre questões marítimas.

    Uma série de protestos contra a ação por parte de políticos, autoridades locais, pescadores e ativistas ambientais ocorreram na Coreia do Sul nesta quarta-feira, inclusive em frente à embaixada japonesa em Seul e aos consulados na cidade portuária de Busan e na ilha de Jeju.

    Uma coalizão de 25 organizações de pesca fez uma manifestação e entregou um protesto por escrito à embaixada, pedindo a Tóquio que revogue a decisão e a Seul que proíba as importações da pesca japonesa.

    “Nossa indústria está em vias de sofrer danos aniquiladores, apenas com a preocupação das pessoas sobre uma possível contaminação radioativa de produtos marinhos”, disse em um comunicado.

    O opositor Partido Progressista, o Partido da Justiça e cerca de 30 grupos antinucleares e ambientais chamaram a ação do Japão de “terrorismo nuclear” e disseram que enviaram à embaixada japonesa uma lista de assinaturas de mais de 64 mil pessoas contrárias à ação, coletada em 86 países desde fevereiro.

    Reação da China

    O Ministério das Relações Exteriores da China alertou na quarta-feira que a decisão do Japão abrirá um precedente para o descarte de águas residuais.

    “O oceano não é a lata de lixo do Japão, o oceano Pacífico não é o esgoto do Japão”, disse Zhao Lijian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, em entrevista coletiva regular em Pequim.

    “O Japão não deve permitir que o mundo inteiro pague pela forma como gerencia suas águas residuais nucleares.”

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