Coreia do Sul produzirá em massa lasers que podem derrubar drones a R$ 8
Arma laser, chamada Block-I, “pode atingir com precisão pequenos veículos aéreos não tripulados e multicopters a curta distância”, disse um comunicado à imprensa da Administração do Programa de Aquisição de Defesa sul-coreana
A Coreia do Sul está iniciando a produção em massa de uma arma laser de baixo custo que derrubou com sucesso pequenos drones durante testes, informou a principal agência de armas do país, nesta quinta-feira (11).
A arma laser, chamada Block-I, “pode atingir com precisão pequenos veículos aéreos não tripulados e multicopters a curta distância”, disse um comunicado à imprensa da Administração do Programa de Aquisição de Defesa da Coreia do Sul (DAPA).
O comunicado não informou o custo da arma, mas disse que cada tiro disparado custaria apenas cerca de US$ 1,50 – equivalentes a cerca de R$ 8.
Imagens fornecidas pela agência parecem mostrar uma arma do tamanho de um contêiner de transporte com um laser montado na parte superior e o que parece ser um radar ou dispositivo de rastreamento montado em um lado da plataforma.
A DAPA disse que a unidade mede 9 metros por 3 metros por 3 metros e dispara raios laser que são difíceis, se não impossíveis, de detectar antes do impacto.
“Ele é invisível e silencioso, não requer munição separada e pode ser operado somente quando a eletricidade é fornecida”, disse o comunicado da DAPA.
Versões futuras podem ser desenvolvidas para eliminar alvos muito maiores, incluindo aeronaves e mísseis balísticos, o que seria um potencial “divisor de águas”, de acordo com o comunicado.
A DAPA desenvolverá “um sistema de arma antiaérea a laser (Block-II) com saída e alcance aprimorados em comparação ao atual”, disse o comunicado.
Mas a arma Block-I em si entra em operação em um momento importante.
Na Ucrânia, no Oriente Médio e em outros lugares, pequenos drones — alguns disponíveis para venda — mostraram a capacidade de desabilitar ou destruir peças multimilionárias de equipamentos militares, incluindo tanques.
Os militares normalmente responderam tentando eliminar drones de baixo custo com sistemas defensivos que custam dezenas de milhares de dólares por ataque.
Uma arma que pudesse fazer o mesmo por praticamente centavos seria um grande impulso para o país que pudesse implantá-la.
“Drone e foguetes de baixo custo mudaram o cálculo econômico de ataque e defesa em favor daqueles que usam grandes volumes de sistemas não tripulados baratos e munições para sobrecarregar defesas aéreas e de mísseis mais sofisticadas”, escreveu James Black, diretor assistente de defesa e segurança do think tank RAND Europe, em janeiro.
A DAPA disse que a arma Block-I está em desenvolvimento há cinco anos, com mais de US$ 63 milhões investidos.
O Instituto Coreano de Análises de Defesa liderou o desenvolvimento do sistema com a participação da Hanwha Aerospace, disse.
O sistema foi avaliado como adequado para combate em abril de 2023, após atingir 100% de sucesso no abate de alvos em testes de fogo real, de acordo com a DAPA.
A agência disse que a Coreia do Sul é o primeiro país a reconhecer publicamente que implantará uma arma laser produzida em massa.
No início deste ano, o Reino Unido exibiu uma nova arma laser que, segundo seus militares, poderia fornecer mísseis letais ou defesa aérea por cerca de US$ 13 o tiro (R$ 70).
Mas nenhuma data possível de implantação dessa arma havia sido anunciada.
Em 2022, a Marinha dos EUA testou com sucesso um sistema de laser de alta energia contra um alvo que representava um míssil de cruzeiro.
Mas um relato da Marinha sobre esse teste disse que não havia nenhum plano para colocá-lo nas mãos dos combatentes, acrescentando que ele “oferece um vislumbre do futuro das armas a laser”.