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    Coreia do Norte testa maior míssil com capacidade nuclear desde 2017; EUA pedem negociações

    Arma é a mesma com a qual o líder norte-coreano, Kim Jong Un, ameaçou atingir o território americano de Guam

    Josh Smithda Reuters , Seul

    A Coreia do Norte confirmou nesta segunda-feira (31) que lançou um míssil balístico Hwasong-12, a mesma arma com a qual ameaçou atingir o território norte-americano de Guam, provocando temores de que o país que tem armas nucleares possa retomar testes com mísseis de longo alcance.

    O lançamento do míssil balístico de alcance intermediário (IRBM) foi relatado pela primeira vez pelas autoridades sul-coreanas e japonesas. Foi o sétimo teste realizado pela Coreia do Norte este mês e a primeira vez que um míssil com capacidade nuclear desse tamanho foi lançado desde 2017.

    Os Estados Unidos estão preocupados que os crescentes testes de mísseis da Coreia do Norte possam ser precursores da retomada dos testes de armas nucleares e mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs) e prometeram uma resposta não especificada “destinada a mostrar nosso compromisso com nossos aliados”, disse uma autoridade graduada dos EUA a repórteres em Washington.

    Não é apenas o que eles fizeram ontem, é o fato de que isso está ocorrendo após um número bastante significativo de testes neste mês”, declarou a fonte, fazendo um apelo para Pyongyang participar de negociações diretas sem pré-condições.

    A Coreia do Norte tem dito que está aberta à diplomacia, mas que as propostas de Washington são prejudicadas por seu apoio a sanções e exercícios militares conjuntos e acúmulo de armas na Coreia do Sul e na região.

    Em meio a uma onda de diplomacia em 2018, incluindo reuniões com o então presidente dos EUA Donald Trump, o líder norte-coreano, Kim Jong Un, declarou sua força nuclear completa e disse que suspenderia os testes nucleares e os lançamentos dos mísseis de maior alcance do país.

    Kim disse que não estava mais vinculado a essa moratória depois que as negociações pararam em 2019, e a Coreia do Norte sugeriu neste mês que poderia reiniciar essas atividades de teste porque os Estados Unidos não mostraram sinais de abandonar suas “políticas hostis”.

    Não está claro se IRBMs como o Hwasong-12 foram incluídos na moratória de Kim, mas nenhum foi testado desde 2017.

    Analistas especializados em Coreia do Norte disseram que os testes parecem ter como objetivo garantir a aceitação global de seus programas de armas, seja por meio de concessões ou simplesmente conquistando a aquiescência cansada de um mundo distraído.

    “A distração do mundo em outras questões realmente parece estar funcionando em benefício da Coreia do Norte agora”, afirmou Markus Garlauskas, membro sênior do think tank Atlantic Council e ex-autoridade de inteligência nacional dos EUA para a Coreia do Norte.

    O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, disse que a recente enxurrada de testes de mísseis norte-coreanos lembra o aumento das tensões em 2017, quando a Coreia do Norte realizou vários testes nucleares, lançou seus maiores mísseis e atraiu ameaças de “fogo e fúria” dos Estados Unidos.

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