COP26: Entenda os desafios globais e por que discussões sobre clima são urgentes
Meta é manter aumento da temperatura em 1,5ºC até 2050
Na década mais quente da história, as consequências aparecem em todos os continentes. A queima de combustíveis fosseis intensificou o efeito estufa, e a temperatura média do planeta subiu 1,1ºC desde o século XIX, suficiente para causar danos.
Por isso, 2021 é considerado um ano decisivo na luta climática. Duzentos países precisam apresentar planos para reduzir gases poluentes e limitar o aumento da temperatura média da Terra em 1,5ºC até 2050.
“As pessoas sabem o que são as mudanças climáticas. O problema é que os países ficam tentando atrasar essa mudança, mas ela precisa ser feita agora. É necessário entender que nós já estamos arcando com custos financeiros da crise do clima”, diz Fabiana Alves, coordenadora de clima e justiça do Greenpeace.
Seis anos depois do Acordo de Paris, houve sinais positivos vindos dos maiores poluidores do mundo em diminuir as emissões de carbono. Porém, vários países devem apresentar metas menos ambiciosas na COP26, e o Brasil deve ser o centro do evento, já que para alcançar o carbono zero, nações e empresas contam com florestas que removam a mesma quantidade de carbono emitido.
Cenário brasileiro
O Brasil chegou à conferência prometendo zerar o desmatamento ilegal antes de 2030, apesar de o governo já discutir a redução da meta, é a de neutralizar as emissões de carbono até a metade do século.
“Nós também temos trabalhado no sentido de atualizar nossa política nacional de mudança do clima para que ela seja compatível com o Acordo de Paris”, diz Paulino de Carvalho Neto, embaixador do Brasil na COP26.
Porém, a Amazônia, por exemplo, passa pelo pior momento dos últimos 10 anos. De acordo com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), de agosto de 2020 até julho deste ano, a floresta perdeu quase 10.476 km², uma área equivalente a nove vezes a cidade do Rio. O aumento é de 57% se comparado à temporada anterior.
“O desmatamento também altera o ciclo de chuvas, que pode ocasionar perdas tanto no setor agropecuário quanto em crises hídricas, energéticas e econômicas”, afirma Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon.
Sobre o aumento do número de queimadas e desmatamento na Amazônia, a CNN procurou o Ministério do Meio Ambiente para comentar, mas a pasta disse que não vai se pronunciar sobre o assunto.