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    Conselho do Texas nega perdão póstumo a George Floyd por tráfico

    Há quase um ano, membros votaram por unanimidade para recomendar a graça; devisão de voltar atrás aconteceu na última quarta-feira (14)

    Josh CampbellAya Elamroussida CNN

    O Conselho de Indultos e Liberdade Condicional do Texas reverteu sua decisão de conceder a George Floyd um perdão póstumo por uma condenação por drogas em 2004, de acordo com uma carta obtida pela CNN.

    A reviravolta na quarta-feira (14) ocorre quase um ano depois que o conselho votou por unanimidade para recomendar o perdão e mais de dois anos depois que Floyd foi morto por um ex-oficial de Minneapolis.

    O conselho não citou uma razão para sua decisão na carta, que foi enviada na quinta-feira ao defensor público do condado de Harris que trabalha em nome dos familiares sobreviventes de Floyd.

    “Após uma revisão completa e cuidadosa do pedido e de outras informações arquivadas com o pedido, a maioria do Conselho decidiu não recomendar um Indulto Completo e/ou Indulto por Inocência”, afirma a carta.

    A família de Floyd entrou com o pedido de perdão em seu nome em abril de 2021. A família pode reaplicar em dois anos, de acordo com a carta.

    No requerimento, Allison Mathis, advogada da Defensoria Pública do Condado de Harris, disse que o pedido foi arquivado porque o policial que o prendeu no caso de drogas de Floyd, Gerald Goines, “fabricou a existência de informantes confidenciais para reforçar seus casos contra réus inocentes”.

    Um advogado de Goines disse à CNN na época: “Nós defendemos o caso original. Certamente simpatizamos com a causa do Sr. Floyd, mas isso não muda o fato de que sua antiga condenação era legítima”.

    Goines prendeu Floyd em 5 de fevereiro de 2004, alegando na época que Floyd possuía crack e forneceu as drogas a um “segundo suspeito” não identificado que concordou em vender as drogas para o Goines disfarçado. O “segundo suspeito” não foi preso, observou Goines em seu relatório de ofensa, em uma “tentativa de promover o tráfico de entorpecentes [sic] nesta área”.

    Goines, um veterano de 35 anos de aplicação da lei, foi posteriormente indiciado e se declarou inocente de acusações não relacionadas de assassinato e adulteração de um registro do governo. Seu caso continua pendente.

    Floyd, que é negro, morreu em 2020 depois que o ex-policial de Minneapolis Derek Chauvin, que é branco, se ajoelhou no pescoço de Floyd por vários minutos durante uma prisão.

    O assassinato catalisou protestos globais e nacionais condenando a injustiça social, particularmente no que diz respeito à força excessiva que os policiais usam contra pessoas de cor. Chauvin foi condenado por várias acusações de assassinato.

    Em dezembro passado, o gabinete do governador do Texas Greg Abbott anunciou que o conselho de liberdade condicional havia retirado 25 recomendações de clemência, incluindo a de Floyd, citando “erros de procedimento e falta de conformidade com as regras do conselho”.

    Os membros do conselho são indicados pelo governador do estado, e o membro mais recente foi nomeado há cerca de duas semanas, segundo o site do conselho.

    A CNN entrou em contato com o escritório de Abbott e o conselho estadual de perdão e liberdade condicional para mais comentários.

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