Conselho de Segurança: Balanço do Itamaraty destaca veto dos EUA à resolução sobre guerra Israel-Hamas
País tem a prerrogativa de vetar uma resolução por ser uma das nações com assento permanente no colegiado
![Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores, em reunião do Conselho de Segurança da ONU Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores, em reunião do Conselho de Segurança da ONU](https://preprod.cnnbrasil.com.br/wp-content/uploads/sites/12/Reuters_Direct_Media/BrazilOnlineReportWorldNews/tagreuters.com2023binary_LYNXMPEJ9O0TG-FILEDIMAGE.jpg?w=1220&h=674&crop=1)
Em seu balanço de encerramento da presidência temporária do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Itamaraty destacou nesta quarta-feira (1º) o veto dos Estados Unidos à resolução costurada pelo Brasil sobre a guerra entre Israel e o grupo radical islâmico Hamas.
Foram 12 votos a favor, duas abstenções e o voto contrário dos EUA.
Os norte-americanos têm a prerrogativa de vetar uma resolução já que são uma das nações com assento permanente no Conselho de Segurança. China, França, Rússia e Reino Unido possuem o mesmo status.
“Na qualidade de presidente de turno do Conselho de Segurança, o Brasil buscou acordo em torno da cessação de hostilidades, da proteção da população civil e do alívio da situação humanitária na Faixa de Gaza”, afirma o Itamaraty.
“Até as últimas horas de sua presidência, o país trabalhou para aprovar um documento que determinasse a realização de pausas humanitárias, a libertação de reféns e a saída de civis que assim o desejassem de Gaza”, prossegue.
Reforma do Conselho de Segurança
O Ministério das Relações Exteriores expressa que a atuação brasileira frente ao Conselho de Segurança teve ênfase na busca da paz e da proteção de civis, o que reforça “as credenciais do país para atuar de forma permanente” no órgão responsável pela manutenção da paz e da segurança internacional.
Entretanto, para o Itamaraty, o uso recorrente de veto e as dificuldades para sua atuação, “confirmam a necessidade de uma reforma para tornar o Conselho mais representativo, legítimo e eficaz”.
O Brasil ocupa hoje uma das 10 vagas no colegiado para membros não permanentes. O mandato termina em 31 de dezembro de 2023.
Desde a criação do órgão, em 1948, esse foi o 11º mandato brasileiro, sendo o segundo maior participante, atrás apenas do Japão.
A China assumirá a presidência do Conselho de Segurança em novembro.