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    Congresso do Peru aprova impeachment de Pedro Castillo após tentativa frustrada de golpe

    Mais cedo, presidente havia decretado estado de exceção e fechamento parcial do Parlamento

    Da CNN

    O Congresso do Peru aprovou nesta quarta-feira (7) o impeachment do presidente Pedro Castillo. Mais cedo, o chefe de Estado fez uma tentativa frustrada de golpe anunciando estado de exceção e que dissolveria parcialmente o Congresso.

    O placar da votação foi de 101 votos a favor, 6 contra e 10 abstenções.

    Nesta quarta-feira (7), estava marcada uma audiência para a votação de uma moção no Congresso que poderia depor o político. Castillo deveria responder à acusação feita pelo Legislativo de ter “incapacidade moral permanente” para governar.

    Além disso, Castillo tem várias investigações fiscais abertas por supostos crimes de corrupção cometidos durante seu governo. A Promotoria está investigando o ex-presidente como o suposto chefe de uma organização criminosa supostamente “entrincheirada” no Estado peruano para, entre outras coisas, conceder licitações e concessões de obras públicas de maneira direcionada.

    Castillo e sua defesa negaram repetidamente as acusações. O político nega as acusações que envolvem também sua família e seu círculo mais próximo de colaboradores.

    Em meio a tudo isso, Castillo foi obrigado a reconfigurar seu gabinete quatro vezes em apenas seis meses, gerando uma crise e instabilidade política no país.

    Essa foi a terceira tentativa de moção de vacância (o equivalente a um processo de impeachment) contra Pedro Castillo e a quinta contra um presidente em exercício no país latino nos últimos cinco anos.

    Desde 2016, o Peru teve cinco presidentes, incluindo Pedro Castillo, eleito para o mandato presidencial de 2021 a 2026. Antes dele, em 2018, Pedro Pablo Kuczynski enfrentou uma moção de vacância, mas renunciou antes da votação de impeachment, que se estima que ele teria perdido.

    Quem é Pedro Castillo

    Pedro Castillo Terrones nasceu na região de Cajamarca em 1969. Ele tem mestrado em psicologia educacional e começou a lecionar na província de Chota, em Cajamarca, em 1995.

    Até 2017, fez parte do partido Peru Possível, fundado pelo ex-presidente Alejandro Toledo, que está preso nos Estados Unidos, após o judiciário do Peru ordenar, em 2017, prisão preventiva por suposto envolvimento em subornos com a Odebrecht. As acusações foram negadas por Toledo.

    Atualmente, Castillo é filiado do Peru Livre e, como sindicalista, foi um dos líderes em uma greve de professores durante o governo de Pedro Pablo Kuczynski.

    O presidente foi acusado de ser aliado de membros da polêmica organização Movadef, indicada pela polícia como braço político do grupo de guerrilha peruano, algo que eles negam.

    Em julho de 2021, Castillo foi declarado presidente após uma demorada apuração. Mesmo sendo um candidato que não tinha muito capital político, ganhou visibilidade nos debates. Ao final da disputa, venceu a ex-presidente peruana Keiko Fujimori.

    O ex-presidente tem várias investigações fiscais abertas por supostos crimes de corrupção cometidos durante seu governo. Em meio a tudo isso, Castillo foi obrigado a reconfigurar seu gabinete quatro vezes em apenas seis meses, gerando uma crise e instabilidade política no país.

    *publicado por Tiago Tortella, da CNN

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