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    Confrontos crescem no Sudão; número de mortos chega a 676

    Conflito gerou crise humanitária que ameaça desestabilizar a região, deslocando mais de 700 mil pessoas dentro do Sudão e forçando cerca de 200 mil a fugir para países vizinhos 

    Fumaça sobe durante incêndio em mercado de Omdurman, no Sudão
    Fumaça sobe durante incêndio em mercado de Omdurman, no Sudão Reprodução de vídeo/ Reuters

    Khalid Abdelazizda Reuters

    Os ataques aéreos e o fogo de artilharia se intensificaram de forma acentuada na capital do Sudão no início desta terça-feira (16), disseram moradores, enquanto o Exército busca defender bases importantes de rivais paramilitares contra os quais luta há mais de um mês. O número de mortos chega a 676.

    Ataques aéreos, explosões e confrontos puderam ser ouvidos no sul de Cartum, e houve bombardeios pesados ao longo do rio Nilo em partes das cidades vizinhas de Bahri e Omdurman, disseram testemunhas.

    Os combates entre o Exército e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF) provocaram distúrbios em outras áreas do Sudão, especialmente na região oeste de Darfur, mas estão concentrados em Cartum.

    O conflito gerou uma crise humanitária que ameaça desestabilizar a região, deslocando mais de 700 mil pessoas dentro do Sudão e forçando cerca de 200 mil a fugir para países vizinhos.

    Aqueles que permaneceram na capital estão lutando para sobreviver à medida que os suprimentos de comida diminuem, os serviços de saúde entram em colapso e a ilegalidade se espalha.

    Autoridades registraram 676 mortes e mais de 5.500 feridos, mas o número real deve ser muito maior, com muitos relatos de corpos deixados nas ruas e pessoas com dificuldades para enterrar os mortos.

    “A situação é insuportável. Saímos de casa para ir para a casa de um vizinho em Cartum, fugindo da guerra, mas o bombardeio nos persegue onde quer que vamos”, disse Ayman Hassan, um morador de 32 anos. “Não sabemos o que os cidadãos fizeram para merecer uma guerra no meio das casas.”

    Um mês de conflito

    Os conflitos entre o exército e as RFS completaram um mês na segunda-feira (15). As tropas do governo promoveram ataques aéreos ao longo do rio Nilo, no norte da capital, enquanto luta para repelir seus rivais paramilitares, disseram testemunhas.

    Batalhas intensas em Cartum e em suas cidades irmãs Bahri e Omdurman têm ocorrido apesar das negociações mediadas pela Arábia Saudita e pelos Estados Unidos na cidade de Jeddah, no Mar Vermelho, com o objetivo de garantir acesso humanitário e um cessar-fogo efetivo.

    Durante os últimos dias, surgiu o boato de que o líder da RSF, Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti, havia morrido. Ele se pronunciou em mensagem de áudio, desmentindo a notícia. “Estou me movendo livremente em torno de minhas forças, estou presente em Bahri, estou presente em Omdurman, estou presente em Cartum, estou presente em Sharq al-Nil”, disse.