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    Enquanto bolsas caem, medidas dos EUA para conter coronavírus são criticadas

    Falta de altivez no combate à transmissão do vírus foi atacada pelos democratas Nancy Pelosi e Joe Biden

    Reuters

    O governo de Donald Trump teve dificuldades nesta segunda-feira (9) para assegurar aos americanos que está lidando com o crescente surto de coronavírus –em um cenário em que as bolsas de valores estão em queda e autoridades de saúde pedem para que a população evite cruzeiros, viagens aéreas e grandes aglomerações.

    Trump, que tem diminuído a ameaça do vírus repetidamente, planeja encontrar o Secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, e outros membros de seu time econômico para deliberar sobre as ações possíveis, um oficial do governo disse à Reuters. 

    Entre as medidas a serem consideradas, está a licença médica remunerada, disse o oficial, sob condição de anonimato. O presidente do Comitê Financeiro do Senado está explorando uma isenção fiscal direcionada para endereçar o impacto do surto, disse um porta-voz separadamente. 

    O departamento de Saúde do estado da Flórida declarou que aconselha um “auto-isolamento” de 14 dias a qualquer um que tenha retornado de uma viagem internacional. O número de casos de coronavírus nos Estados Unidos atingiu 566, com 22 mortes. Trinta e quatro dos 50 estados americanos já confirmaram ao menos um caso de infecção. 

    As bolsas de valores dos EUA despencaram nesta segunda, após fecharem em baixa nas últimas duas semanas, motivadas por temores de que a epidemia levaria a economia a uma recessão global. A queda levou a uma breve interrupção da negociação de ações em Nova York nesta manhã. Os índices S&P 500 e Dow Jones caíram mais que 7%. 

    Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes e líder democrata no Congresso, disse que a baixa sugere uma falta de confiança dos investidores no plano de combate ao coronavírus do governo Trump. 

    Trump, que usa as bolsas de valores como indicadores de seu desempenho econômico, criticou no Twitter a cobertura jornalística da epidemia, e acusou os democratas de esticarem a situação “muito mais longe do que os fatos permitiriam”.

    O presidente não tinha nenhum evento relacionado ao coronavírus planejado em sua agenda nesta segunda, mesmo com os sinais crescentes de que o surto tem impactado a economia e a vida de milhões de americanos. 

    O CDC (Centro de Prevenção Controle de Doenças dos Estados Unidos) aconselhou universidades a pedirem que intercambistas retornem para casa e que cancelem ou adiem qualquer viagem próxima. 

    A Universidade de Princeton, em Nova Jersey, uma das mais prestigiadas do país, adotará educação a distância depois do recesso de primavera neste mês, e diminuirá o número de reuniões dentro do campus, conforme o diretor anunciou.

    Anthony Fauci, presidente da seção de doenças infecciosas do Instituto de Saúde dos Estados Unidos, aconselhou que idosos, principalmente os que têm doenças crônicas, devem evitar grandes aglomerações, cruzeiros e viagens aéreas. 

    Um maior “distanciamento social” —a prática de minimizar contato desnecessário em ambientes públicos — tem sido recomendado, em um cenário em que grandes grupos apresentam risco inerente. 

    O senador Ted Cruz e o deputado Paul Gosar anunciaram no fim de semana que iriam fazer uma quarentena voluntária após terem contato, em uma conferência política conservadora, com um participante que testou positivamente para o vírus. 

    Trump e o vice-presidente Mike Pence, que está incumbido de colocar em prática as medidas do governo para conter o vírus, também participaram da conferência.

    A Casa Branca afirmou que não havia indicação que eles tenham entrado em contato com o participante infectado. No sábado (7), Trump disse que continuaria a promover seus comícios políticos, que chegam a reunir até 20 mil pessoas.

    Os democratas que lideram a competição para desafiá-lo na eleição presidencial de 3 de novembro, o senador Bernie Sanders e o ex-vice-presidente Joe Biden, também não cancelaram nenhum evento de campanha. 

    “Não há nenhuma confiança no presidente, em qualquer coisa que ele diga ou faça”, disse Biden em uma entrevista ao canal MSNBC nesta segunda.

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