“Confiamos que nossa saída de Gaza está próxima”, diz empresário brasileiro à espera de segunda lista
Mohammed Adwan vivia com a família em Florianópolis (SC) desde fevereiro de 2021 e neste ano precisou voltar a Gaza
O empresário Mohammed Adwan, a mulher Israa Hussein, ambos de 35 anos, e as filhas Tamara, de 9, e Ella, de 6, estão entre as cerca de 40 pessoas que integram uma segunda lista de brasileiros e familiares que estão na Faixa de Gaza aguardando repatriação.
Naturalizados brasileiros desde outubro de 2022, Adwan e família acompanharam com emoção a chegada dos 32 repatriados na Base Aérea de Brasília. A promessa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que fará todo o esforço para resgatar todos que queiram deixar a área de conflito deu esperança ao empresário.
“Quando ouvimos o discurso do presidente dando as boas-vindas à primeira lista, nos sentimos esperançosos e tranquilos, confiamos que a nossa saída de Gaza está próxima”, disse Adwan.
Vídeo: Avião com repatriados da Faixa de Gaza chega ao Brasil
O empresário vivia com a família em Florianópolis (SC) desde fevereiro de 2021. Em fevereiro deste ano, precisou retornar a Gaza quando a mãe morreu. Quatro meses depois o irmão também faleceu e ele ficou na região.
Adwan conta que só tomou conhecimento de uma lista para repatriação no dia 13 de outubro, quando se inscreveu no link disponibilizado pela Representação do Brasil junto à Palestina. No mesmo dia, deixou sua casa em Gaza para se abrigar na residência de uma irmã em Rafah, no sul do território.
“A primeira lista estava pronta e enviada às autoridades competentes. Não sabia que existia link para cadastro de nomes e quando soube preenchi o link e entrei em contato com a embaixada. A guerra começou em 7 de outubro e preenchi o requerimento em 13 de outubro”, contou à CNN.
Na época, relata o empresário, o conflito ainda não estava tão grave. “A embaixada entrou em contato comigo e perguntou se precisávamos de algum apoio. Graças a Deus, as coisas estão bem para mim e não falta nada”, diz Adwan.
Adwan diz que tem tentado tranquilizar as filhas dizendo que não há nada grave ocorrendo. Porém, os bombardeios assustam as crianças e já é difícil disfarçar.
“Fazemos o possível para tranquilizá-los de que não há nada de grave e que estão bem. Não contamos as notícias para elas e distraímos com atividades internas com lápis de cor e desenhos. Mas os sons dos bombardeios estão por toda parte, e há medo e choro. Nós as tranquilizamos e nos contemos”, relatou.