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    Conferência do Clima da ONU começa com expectativas em Gasgow

    Países discutem metas ambiciosas contra crise climática

    Denise Odorissida CNN

    Em Glasgow

    A Conferência do Clima (COP26) da Organização das Nações Unidas (ONU) começou neste domingo (31) em Glasgow, na Escócia. Delegações de cerca de 200 países com líderes mundiais, ativistas ambientais, cientistas, autoridades religiosas e políticas somam 25 mil pessoas, que se reúnem para discutir a crise climática e cobrar que as nações mostrem na prática como vão cumprir as metas definidas há seis anos, no Acordo de Paris.

    A COP26 é um dos eventos internacionais mais esperados do ano, depois de ter sido adiada de 2020 para 2021 por causa da pandemia do novo coronavírus. O Reino Unido é o anfitrião e tem como principal objetivo garantir ações globais para limitar o aquecimento do planeta.

    Glasgow, cidade escolhida como sede, tem cerca de 600 mil habitantes, fica a 75 quilômetros de Edimburgo e a 650 quilômetros de Londres, destacando-se pela arquitetura, segurança pública, qualidade de vida e comprometimento com políticas públicas voltadas para o meio-ambiente — já que vem trabalhando para se tornar uma das cidades mais verdes da Europa e é considerada o quarto destino turístico mais sustentável do mundo.

    Os encontros e negociações da COP26 vão acontecer no Scottish Event Campus, o maior centro de convenções da Escócia, para onde os olhos do mundo estarão voltados nas próximas duas semanas.

    Comitiva brasileira

    O Brasil participará com uma comitiva de cerca de 100 pessoas, chefiada pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, e diplomatas do Itamaraty estarão à frente das negociações.

    O país deve se comprometer a reduzir o desmatamento ilegal das florestas e atingir a neutralidade em carbono até 2050. Segundo um relatório de transparência climática, divulgado em outubro, a destruição das matas nativas é responsável por 44% das emissões brasileiras de gases causadores do efeito estufa.

    Teoricamente, o Brasil ainda tem tempo para cumprir os compromissos firmados na última Conferência do Clima, há seis anos. Mas, pelo aumento dos níveis de poluição no país, o desafio se torna ainda maior.

    “Era pra gente estar reduzindo a taxa de desmatamento. Na verdade, a gente está aumentando a taxa de desmatamento. E as emissões são muito grandes, o desmatamento é a principal causa de emissões no país”, afirmou William Wills, pesquisador do Centro de Estudos Integrados em Mudanças Climáticas e Meio Ambiente da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

    Objetivos do país

    Um dos representantes do Brasil, o embaixador Paulino Franco de Carvalho Neto garantiu que vai apresentar objetivos bastante ambiciosos na reunião, mas condicionou o esforço do Brasil a uma agenda de financiamento dos países ricos às economias emergentes.

    “Nós temos que ter resposta para a demanda, que é uma demanda legítima dos países em desenvolvimento em termos de financiamento climático, que é de certa maneira uma obrigação que vem desde 1992. Nós temos todo o interesse de sermos mais ambiciosos. Vamos ver o que Glasgow nos brinda”, disse.

    Novos anúncios

    Os líderes mundiais concordam que é preciso limitar o aquecimento do planeta a 1,5ºC em relação ao período pré-industrial — a questão é como fazer isso. Nos últimos meses, vários países apresentaram planos de corte de emissões de gases causadores do aquecimento global, mas novos anúncios são esperados ao longo da conferência.

    O Reino Unido, que preside a COP26 junto com a Itália, chega à conferência com prioridades como promover a transição para fontes renováveis de energia e proteger pessoas e economias dos impactos das mudanças climáticas.

    “A COP26 não é para tirar fotos ou para fazer promessas vazias. Deve ser o fórum onde vocês colocam o mundo no caminho para melhorar o clima. E isso depende dos líderes. Foram os líderes que fizeram uma promessa para o mundo em Paris há seis anos, e são os líderes que devem honrá-la. A responsabilidade é de cada um dos países, e todos devemos fazer a nossa parte, porque, no clima, o mundo terá sucesso ou fracassará como um só”, disse Alok Sharma, membro do parlamento britânico e presidente da COP26.

    (Publicado por Daniel Fernandes)