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    Como Marine Le Pen mudou desde que perdeu a eleição presidencial de 2017

    Apesar de postura "moderada" em 2022, opiniões sobre imigração, euroceticismo e rejeição ao Islã na França continuam fortes no discurso da candidata

    Joshua Berlingerda CNN* , em Paris, França

    O segundo turno presidencial da França verá Emmanuel Macron enfrentar Marine Le Pen pela segunda eleição consecutiva, mas a mulher que desafia o atual líder da França dificilmente é a mesma candidata que perdeu por quase dois votos a um em 2017.

    Le Pen, 53 anos, é atualmente membro da Assembleia Nacional francesa representando Calais, cidade costeira perto do Reino Unido que tem lutado para lidar com migrantes que se dirigem para o país.

    Ela é mais conhecida como um membro da primeira família da extrema-direita francesa. Seu pai, Jean-Marie Le Pen, fundou a Frente Nacional em 1972, um partido político há muito visto como racista e antissemita. Quando a jovem Le Pen tomou as rédeas do pai como líder do partido em 2011, ela tentou tornar a Frente Nacional mainstream — chegando ao ponto de expulsar seu pai do partido político que ele fundou após condenar a afirmação de que as câmaras de gás nazistas haviam sido apenas um detalhe da história.

    Le Pen, no entanto, compartilha a opinião de seu pai sobre a imigração. Em sua campanha fracassada contra Macron, ela tentou se posicionar como um Donald Trump francês, alegando representar a esquecida classe trabalhadora francesa que sofreu com a globalização e o progresso tecnológico.

    Mas sua postura nacionalista econômica, seus pontos de vista sobre a imigração, o euroceticismo e suas posições sobre o Islã na França — ela quer tornar ilegal o uso do lenço de cabeça em público pelas mulheres — revelou-se impopular entre o eleitorado francês, já que ela foi golpeada em sua primeira batalha contra Macron.

    Enquanto “parar a imigração descontrolada” e “erradicar as ideologias islâmicas” continuam sendo as duas principais prioridades de sua plataforma, Le Pen procurou ampliar seu apelo.

    Nas semanas que antecederam o primeiro turno das eleições, Le Pen fez uma dura campanha sobre questões que afetam o bolso, muitas vezes iniciando entrevistas e aparições na mídia explicando aos eleitores como ela os ajudaria a lidar com a inflação e o aumento do preço dos combustíveis, questões prioritárias para o público francês.

    A estratégia parece ter funcionado. Le Pen apareceu muito melhor nas pesquisas de primeiro turno de 2022 do que há cinco anos, e dados do instituto de pesquisas Ifop sugeriram que uma disputa entre Macron-Le Pen poderia acabar em 53% a 47% a favor do atual mandatário.

    Mas algumas das outras posições políticas de Le Pen poderiam voltar para assombrá-la no segundo turno devido à guerra na Ucrânia.

    Há muito tempo, ela tem sido uma admiradora vocal de Vladimir Putin, o homem forte russo que se tornou um pária no Ocidente devido à decisão do Kremlin de atacar seu vizinho. Le Pen visitou o presidente durante sua campanha em 2017, mas, após a invasão, ela foi forçada a retirar um folheto com uma foto dela e de Putin daquela viagem.

    Sua aversão anterior à Otan — a campanha de 2017 de Le Pen incluía tirar a França da aliança — também poderia prejudicá-la. Pesquisas recentes da Ifop mostram que 67% do público francês não acredita que a França deva deixar a Otan.

    *Com a colaboração de Melissa Bell e Joseph Ataman, da CNN

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