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    Comissão do Senado critica ato da Rússia e pede atuação do Brasil na ONU

    Invasão atenta contra a “integridade territorial de um país soberano”, diz Kátia Abreu

    Marcelo Tuvucada CNN

    em São Paulo

    As comissões de Relações Exteriores do Senado e da Câmara dos Deputados do Brasil divulgaram, nesta quinta-feira (24), notas críticas em relação à invasão da Rússia sobre o território da Ucrânia.

    Em comunicado assinado por Kátia Abreu (PP-TO), presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional do Senado, as ações militares da Rússia na Ucrânia são classificadas como “fato de extrema gravidade, que viola princípios fundamentais da Carta da Organização das Nações Unidas (ONU) e do direito internacional, por atentar contra a soberania e a integridade territorial de um país soberano e colocar em risco a vida de cidadãos inocentes”.

    Além disso, a comissão também pede uma atuação do Brasil por meio do Conselho de Segurança da ONU, do qual o país é membro não permanente pelos próximos dois anos.

    “Em consonância com as diretrizes constitucionais que regem nossas relações internacionais, o Brasil deve, em especial em sua atuação no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, propugnar pela cessação imediata da violência e pela resolução pacífica do conflito, com respeito à autodeterminação e à integridade territorial dos Estados”, diz a nota.

    Veja no vídeo abaixo imagens de explosões e a movimentação na Ucrânia após o ataque.

    “Brasil não pode fazer vista grossa para megalomania de Putin”, diz deputado

    O vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, Rubens Bueno (Cidadania-PR), também assumiu uma postura crítica em relação à Rússia e cobrou uma postura veemente do Brasil em defesa da Ucrânia.

    “O Brasil não pode fazer vista grossa para megalomania do presidente da Rússia, Vladimir Putin. Ele invadiu um país soberano e está colocando em risco toda estabilidade mundial. Não adianta nessa hora fazer apenas discurso de candidata a miss pregando a paz mundial”, criticou o deputado.

    Segundo ele, “todas as nações precisam condenar esse ato de guerra e intensificar as sanções contra a Rússia nesse primeiro momento”. “A história nos mostra que deixar uma situação dessas sem resposta pode ter consequências catastróficas”, afirmou Bueno.

    Nesta quinta, a posição brasileira sobre o conflito foi manifestada por nota oficial do Ministério das Relações Exteriores, que pede “a suspensão imediata das hostilidades e o início de negociações conducentes a uma solução diplomática”, e por uma entrevista do vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), dizendo que os países ocidentais deveriam reagir pela força no apoio à Ucrânia.

    O avanço russo

    A Rússia lançou uma invasão total da Ucrânia nesta quinta-feira (24), por terra, ar e mar. Diversos mísseis foram disparados. Autoridades da Ucrânia informaram que pelo menos 50 soldados russos morreram e seis aviões também russos teriam sido destruídos. Além disso, informações dão conta de que ao menos 40 soldados ucranianos também teriam morrido. Porém, não há confirmação oficial do número de mortes até o momento.

    Segundo um conselheiro da presidência ucraniana, a Central de Energia de Chenobyl foi capturada pelas forças russas.

    Na Ucrânia, a população se divide entre se proteger em estações de metrô adaptadas como bunkers e tentar sair da região rumo ao oeste. Longas filas se formaram nas principais avenidas de Kiev. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyconvocou a população para defender o país e disse que “cidadãos podem utilizar armas para defender território”.

    Em seu pronunciamento antes do ataque, Putin justificou a ação ao afirmar que a Rússia não poderia “tolerar ameaças da Ucrânia”. Putin recomendou aos soldados ucranianos que “larguem suas armas e voltem para casa”. O líder russo afirmou ainda que não aceitará nenhum tipo de interferência estrangeira.

    O que você precisa saber sobre o ataque

    • Nas primeiras horas da madrugada desta quinta-feira (24), Putin ordenou um ataque no leste da Ucrânia, em regiões que ele reconheceu como independentes; as forças russas invadiram a Ucrânia por terra, ar e mar;
    • Os russos invadiram diversas regiões, incluindo a capital, Kiev
    • Autoridades ucranianas dizem que pelo menos 50 russos foram mortos e seis aviões teriam sido abatidos no leste do país; depois, foi divulgado que 40 soldados ucranianos também morreram. Não há número oficial de mortes divulgado até o momento
    • O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, autorizou cidadãos a pegarem armas para defender o país e pediu doação de sangue;
    • Longas filas foram registradas nesta manhã em Kiev nas principais rodovias, com moradores tentando deixar o país;
    • Países da Europa Central iniciaram os preparativos para receber pessoas que fogem da Ucrânia
    • O presidente dos EUA, Joe Biden, disse que Washington e seus aliados imporiam “sanções severas” sobre o que ele chamou de “guerra premeditada” de Putin
    • A China rejeitou chamar os movimentos da Rússia sobre a Ucrânia de “invasão” e pediu a todos os lados que exerçam moderação
    • A Bélgica pediu que a União Europeia pare de emitir vistos para russos
    • Países da Europa acionam o Artigo 4º da Otan para lançar consultas sobre a situação — o que poderia desencadear uma resposta conjunta
    • A Otan reforçará forças no flanco leste da aliança, anunciou o secretário-geral da aliança
    • Líderes europeus como Boris Johnson, Emmanuel Macron e Ursula von der Leyen prometem duros ataques econômicos contra a Rússia
    • O prefeito de Kiev impôs um toque de recolher na capital ucraniana
    • A Usina de Chernobyl foi tomada pelas forças russas

    Ucrânia luta contra forças russas ao longo de praticamente toda a sua fronteira com a Rússia. Segundo o Ministério da Defesa ucraniano, às 15h do horário local – 10h pelo horário de Brasília –, “a luta continuava ao longo de toda a linha de contato”.

    Já próximo às 17h do horário local, um alerta de ataque aéreo foi emitido pelo governo da cidade de Kiev. Todos os moradores foram orientados a procurar abrigos subterrâneos. Foi decretado um toque de recolher na cidade.

    Foguetes militares cruzam o céu durante entrada de repórter da CNN na Rússia

     

    Uma equipe da CNN internacional flagrou a partida de mísseis do solo russo em direção à Ucrânia nesta manhã. Na capital, o repórter Mathias Brotero, da CNN Brasil, afirmou que novas explosões foram ouvidas ao decorrer do dia em Kiev, capital ucraniana.