Com guerra na Ucrânia e conflitos na África, mundo tem 114 milhões de refugiados, diz ONU
Deslocamento forçado aumentou no primeiro semestre por intensificação de conflitos
A guerra e a violência levaram o deslocamento global a um número estimado de 114 milhões até o fim de setembro de 2023.
A informação foi divulgada pela Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), no Relatório de Tendências Semestrais, publicado nesta quarta-feira (25).
Segundo a atualização, os principais causadores do deslocamento forçado no primeiro semestre deste ano foram a Guerra na Ucrânia e os conflitos no Sudão, República Democrática do Congo e Mianmar, além disso, a crise humanitária no Afeganistão e eventos climáticos extremos na Somália.
Mais que em 2022
Até o fim de junho, 110 milhões de pessoas haviam sido deslocadas à força em todo o mundo, um aumento de 1,6 milhão em relação ao fim de 2022.
De acordo com o relatório, mais da metade das pessoas forçadas a fugir por guerra, perseguição, violência ou violações de direitos humanos não conseguem cruzar a fronteira internacional.
Entre junho, agosto e setembro, é estimado o aumento de 4 milhões de refugiados, totalizando 114 milhões.
Ainda segundo o relatório, 1,6 milhão de novos pedidos de asilo individuais foram feitos nos primeiros seis meses, considerado o maior número já registrado. Os países de baixa e média renda, segundo classificação da ONU, receberam 75% dos refugiados.
Mesmo com o aumento de pessoas deixando seus países de nascimento, a Acnur estimou o retorno de 404 mil refugiados. Cerca de 2,7 milhões de pessoas que foram deslocadas dentro de seu próprio país voltaram para casa.
Com a intensificação dos conflitos no Oriente Médio, a Acnur estima que o deslocamento forçado irá aumentar ainda mais neste ano. Como o relatório contabiliza apenas até o fim de setembro e o ataque em Israel ocorreu em 7 de outubro, o levantamento não engloba as vítimas desse conflito.