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    Com forte apoio, republicanos têm vantagem limitada nas eleições parlamentares

    Pesquisa CNN indica que entusiasmo do Partido Democrata com a votação é significativamente menor do que em 2018, quando os democratas assumiram o controle da Câmara

    Jennifer Agiesta

    Uma base republicana empolgada e preocupações persistentes sobre a economia colocam o Partido Republicano em um posição forte faltando pouco menos de uma semana para a disputa pelo controle da Câmara dos Deputados dos EUA. A conclusão vem dos números de uma nova pesquisa da CNN, conduzido pelo instituto SSRS.

    A nova enquete, feita na quarta-feira (2) mostra que o entusiasmo do Partido Democrata com a votação é significativamente menor do que era em 2018, quando os democratas assumiram o controle da Câmara.

    Os eleitores republicanos na nova pesquisa expressam maior envolvimento com as eleições de meio de mandato deste ano do que os democratas em várias questões que avaliam a probabilidade de voto.

    A pesquisa dividiu os eleitores entre prováveis e registrados, já que o voto não é obrigatório no país. No geral, 27% dos eleitores registrados dizem que estão extremamente entusiasmados com a eleição deste ano, uma queda de 37% em relação às eleições de meio de mandato de 2018 — e o declínio do entusiasmo vem quase inteiramente entre os democratas.

    Há quatro anos, 44% dos eleitores inscritos como democratas disseram que estavam extremamente entusiasmados com a votação; agora, apenas 24% dizem o mesmo. Entre os republicanos, o número caiu pouco, de 43% para 38%.

    Embora o entusiasmo geral sobre a votação seja agora inferior ao de outubro de 2010, a vantagem do envolvimento republicano é, hoje, semelhante à revelada na pesquisa da CNN daquele ano, que se encerrou com um forte resultado republicano.

    Naquela altura, como agora, os eleitores republicanos tinham probabilidade maior em 14 pontos de dizer que estavam extremamente entusiasmados com a votação de meio de mandato (31% dos eleitores republicanos estavam extremamente entusiasmados contra 17% dos democratas).

    Na nova pesquisa, os republicanos superam os democratas ao responder a uma pergunta não estimulada sobre qual candidato do partido para a câmara apoiariam no seu próprio distrito.

    São 51% e 47%, respectivamente, entre os eleitores prováveis, estritamente fora da margem de erro. Entre os eleitores registrados, a corrida está quase uniforme, com 47% apoiando republicanos e 46%, democratas. As respostas às perguntas abertas (ou seja, não estimuladas, sem dizer os nomes dos candidatos) têm-se traduzido muitas vezes em vitórias republicanas no congresso.

    Este ano, os republicanos concorrendo a uma vaga estão sendo beneficiados pelo quadro econômico nacional. A economia e a inflação são, de longe, a questão mais importante para os eleitores prováveis na fase final, com cerca de metade de todos os eleitores prováveis (51%) dizendo que esse tema determinará o seu voto para o legislativo.

    O aborto é o segundo tema mais importante, uma preocupação para 15% dos eleitores prováveis. Outras questões testadas foram escolhidas por menos de 10% dos eleitores prováveis. Elas incluem o direito ao voto e a integridade eleitoral (9%), a política de armas (7%), a imigração (6%), as alterações climáticas (4%) e a criminalidade (3%).

    Os prováveis eleitores republicanos e independentes estão muito focados na economia, com 71% dos republicanos e 53% dos independentes elegendo esta como a principal questão na eleição. Os prováveis eleitores democratas estão mais divididos, com a economia e o aborto quase empatando como questão mais importante: 29% indicam o aborto; 27%, a economia e a inflação.

    Os eleitores prováveis que dizem que a economia é a sua principal preocupação optam fortemente a favor dos republicanos, 71% a 26%. Por uma margem ainda maior, dizem que confiam mais especificamente no Partido Republicano para lidar com a economia e a inflação (71% republicanos contra 18% democratas).

    A pesquisa encontrou uma percepção generalizada e expandida de que a economia já se está em recessão, com uma ampla maioria dizendo também que as coisas no país não estão indo bem como um todo.

    No geral, 75% dos norte-americanos afirmam que a economia está em recessão, acima dos 64% que sentiam assim no meio do ano, na pesquisa feita em julho. As maiorias em todas as linhas partidárias veem a economia como já em recessão, incluindo 91% dos republicanos, 74% dos independentes e 61% dos democratas.

    Uma maioria geral (55%) diz que está insatisfeita com a sua própria situação financeira pessoal, acima dos 47% que sentiram isso no primeiro semestre. A maioria dos republicanos (57%) e independentes (62%) expressa insatisfação com as suas finanças, enquanto os democratas têm mais probabilidade de ficar satisfeitos (55% satisfeitos, 45% insatisfeitos).

    Quase três quartos dos norte-americanos (74%, incluindo 72% dos eleitores prováveis) dizem que a situação do país é ruim hoje.

    É uma ligeira melhora em comparação com o meio do ano, quando 79% de todos os adultos tinham a mesma ideia, mas é semelhante à forma como os norte-americanos se sentiram sobre o estado do país pouco antes das eleições de meio de mandato de 2010 (75% disseram que as coisas estavam mal) e significativamente pior do que pouco antes do dia das eleições de 2018 (44% disseram que a situação era ruim no início de novembro).

    A última vez que uma maioria do povo norte-americano disse que as coisas nos EUA estavam indo bem foi em janeiro de 2020, antes da pandemia de Covid-19.

    No meio do crescente mal-estar econômico e da estagnação da negatividade sobre a nação, o índice de aprovação do presidente Joe Biden também caiu na nova pesquisa. Na média, 41% dos adultos dizem que aprovam o desempenho do presidente, uma queda em relação aos 44% da pesquisa anterior da CNN, embora ainda acima do seu ponto mais baixo, no meio do ano.

    Entre os eleitores prováveis, a popularidade de Biden situa-se nos 42%, cerca do mesmo valor que Donald Trump entre os eleitores prováveis em 2018 (41% de aprovação) e Barack Obama em 2010 (43% de aprovação).

    A nova pesquisa da CNN foi feita pelo instituto SSRS entre 26 e 31 de outubro em uma amostra nacional aleatória de 1.508 adultos a partir de um painel baseado em probabilidade, incluindo 1.290 eleitores registrados e 992 prováveis eleitores.

    O questionário foi aplicado on-line ou por telefone com um entrevistador ao vivo. Os resultados têm uma margem de erro de amostragem de mais ou menos 3,2 pontos percentuais; são 3,4 pontos entre os eleitores registrados e 3,8 entre os eleitores prováveis. Os eleitores prováveis foram identificados através de uma série de perguntas sobre a sua intenção, interesse e histórico de votação.

    Confiança e concessões

    Metade dos norte-americanos tem confiança que os resultados das eleições nos EUA refletem a vontade do povo. Os republicanos são menos confiantes que os democratas na equidade do processo e mais suscetíveis de rejeitar a ideia de que os candidatos derrotados têm a responsabilidade de conceder a vitória.

    Cinquenta por cento dos adultos dizem que estão pelo menos um pouco confiantes de que as eleições nos EUA de hoje refletem a vontade do povo, com o resto expressando pouca ou nenhuma confiança.

    Isso representa uma melhoria modesta com a pesquisa da CNN feita em julho, quando apenas 42% se descreveram como confiantes. A mudança deve-se, em grande parte, a uma modesta recuperação da confiança entre os independentes (49% dizem que estão pelo menos um pouco confiantes nas eleições, contra 38% da pesquisa anterior) e os republicanos (41%, contra 29%). A confiança continua sendo mais elevada entre os democratas: 61% exprimem pelo menos alguma confiança, semelhante aos 57% que disseram o mesmo em julho.

    Ainda assim, o aumento da confiança dos republicanos no sistema eleitoral não se traduz em uma maior vontade de aceitar os resultados das eleições presidenciais de 2020: 66% dos republicanos dizem que não acreditam que Biden tenha ganho legitimamente as eleições, um índice sem alterações desde julho.

    A grande maioria dos norte-americanos, 82%, diz que candidatos derrotados no seu estado têm a obrigação de aceitar os resultados e de reconhecer a derrota, mas 17% dizem que os candidatos que perdem não precisam enfrentar tal obrigação.

    Um quarto dos republicanos diz que candidatos derrotados não têm a obrigação de reconhecer a derrota, em comparação com 7% dos democratas.

    Dentro do Partido Republicano, essa visão está concentrada entre os negacionistas eleitorais: 33% dos republicanos que negam que Biden tenha vencido de forma justa não acham que os candidatos derrotados devem ser obrigados a reconhecer a derrota, uma visão partilhada por apenas 8% dos republicanos que aceitam os resultados das eleições de 2020.

    Os republicanos têm também menos probabilidade do que os democratas de dizer que a dúvida na derrota do seu próprio partido prejudica a confiança pública no sistema eleitoral da nação.

    Uma maioria de 71% dos democratas e independentes de tendência democrática dizem que um candidato perdedor do seu partido, que tenha expressado desconfiança nos resultados, traria mais dúvidas sobre o processo eleitoral.

    Uma maioria menor, de 54%, dos republicanos e simpatizantes afirma que um candidato do seu partido que tenha perdido diminuiria a confiança nas eleições caso lançasse dúvidas sobre os resultados.

    Tanto do lado republicano como do democrático os partidários são mais prováveis do que os independentes simpatizantes ao seu partido em dizer que o seu candidato aumentaria a confiança nas eleições ao duvidar os resultados.

    Respondentes sem grau universitário também são mais prováveis do que aqueles graduados para ver tal movimento como uma indução de confiança. Do lado republicano, os autodeclarados conservadores têm maior probabilidade do que os moderados de dizerem que duvidar de resultados eleitorais inspira confiança no sistema; não há lacuna ideológica semelhante no lado democrata.

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