Com eleição se aproximando, Taiwan reporta atividade militar chinesa
Relação com a China é um dos principais temas da eleição presidencial e parlamentar que acontece em 13 de janeiro
Taiwan relatou neste sábado (23) a presença de aviões e embarcações militares da China ao redor da ilha, inclusive com aeronaves cruzando a sensível linha média do Estreito de Taiwan, em um momento no qual Pequim continua com atividades militares na região a três semanas das eleições taiuanesas.
O governo reclama há quatro anos de patrulhas e exercícios militares chineses recorrentes próximos à ilha. A China considera Taiwan como parte do território.
Taiwan terá eleições presidenciais e parlamentares no dia 13 de janeiro. As relações com a China são um dos temas do pleito.
O Ministério da Defesa de Taiwan afirmou que, desde às 2h30 (horário de Brasília) deste sábado, detectou caças J-10, J-11 e J-16, além de aeronaves de patrulha, operando no espaço aéreo no norte, centro e sul da ilha.
Dez aeronaves cruzaram a linha média do Estreito de Taiwan ou regiões próximas, trabalhando em conjunto com navios chineses para realizar “patrulhas conjuntas de prontidão de combate”, informou a pasta.
A linha média já serviu como uma barreira não oficial entre os dois lados, mas agora aviões chineses voam regularmente sobre ela.
O ministério afirmou que Taiwan também destacou forças próprias para monitorar a situação.
A China não comentou as recentes atividades militares perto de Taiwan. No passado, o país disse ter o objetivo de impedir o “conluio” entre separatistas de Taiwan e os Estados Unidos, e proteger a integridade territorial chinesa.
O governo taiuanês, que repetidamente propôs à China sentar à mesa de negociações, rejeita a reivindicação de soberania chinesa sobre o território, e afirma que apenas o povo da ilha pode decidir seu destino.
Lai Ching-te, do Partido Democrático Progressista, que está à frente do governo, foi classificado por Pequim como um separatista e lidera pesquisas de opinião sobre a eleição presidencial.
A principal legenda de oposição, Kuomintang, é favorável a manter laços mais próximos com a China e prometeu reabrir o diálogo com o vizinho, caso vença a eleição. Contudo, o partido também afirma que o povo de Taiwan é o único que pode decidir seu próprio futuro.