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    Colômbia estuda autorizar produção de coca e papoula para uso médico e industrial

    Texto é baseado na mudança da política de drogas do país planejada pelo presidente Gustavo Petro

    Nelson Bocanegrada Reuters

    A Colômbia estuda a possibilidade de autorizar a produção e comercialização de coca e papoula para fins médicos, científicos e industriais, com base na mudança de política de drogas que planeja o presidente do país, Gustavo Petro, de acordo com um esboço de decreto publicado nesta terça-feira (19).

    O documento publicado busca regulamentar a autorização e a posse de sementes, a licença e o cultivo de plantas, assim como o uso de plantações que não possuem licença para produzir papoula e coca, para os fins acima mencionados.

    O texto argumenta que o cultivo e o uso dessas plantas, com as quais se obtém substâncias psicoativas, foram tradicionalmente associados ao narcotráfico, à violência e ao conflito armado, o que contribuiu para a estigmatização desses vegetais e desincentivou sua pesquisa.

    “Entre outras iniciativas que possuem o objetivo de promover a transição de economias ilícitas a lícitas, a quebra da produção de drogas e a desarticulação das organizações criminosas dedicadas ao narcotráfico, o governo colombiano pretende promover uma investigação com o propósito de identificar as propriedades, potencialidades e finalidades das plantas de papoula, cannabis e coca”.

    A Colômbia é considerada um dos maiores produtores de coca do mundo. Trata-se da matéria-prima da cocaína, que alimenta seu conflito armado interno há quase seis décadas.

    Parlamentares da oposição criticaram a proposta de Petro, o primeiro presidente de esquerda da história do país, e alertaram que o decreto seria ilegal.

    “Esse texto, caso se transforme em decreto, violaria diretamente a Constituição (…), legalizaria todas as estruturas criminais que se dedicam atualmente ao narcotráfico”, escreveu o senador David Luna, do partido Mudança Radical, nas redes sociais.

    Atualmente, a lei do país permite a colheita e a posse de quantidades limitadas para uso pessoal e para a produção e exportação de cannabis medicinal. A complexa regulamentação, contudo, impediu que essa indústria deslanche no país.

    Na semana passada, foi reprovado pela quinta vez um projeto de lei que tentava regularizar o uso adulto e recreativo da maconha.

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