Colômbia: 65 pessoas sofreram lesões oculares durante protestos no país
Todas os ferimentos foram causados aos manifestantes por policiais , segundo relatório da ONG Temblores
Andrés David Lago, artista de rua de 26 anos, perdeu um dos olhos ao ser baleado por um agente da Esmad (uma polícia especializada no combate a revoltas) no primeiro dia de protestos na Colômbia.
Ele é uma das pelo menos 65 pessoas que, em pouco mais de um mês de manifestações no país, sofreram ferimentos nos olhos. Todas essas lesões têm um denominador comum: foram produzidas por policiais, segundo relatório da ONG Temblores .
As manifestações na Colômbia começaram no fim de abril após o presidente Iván Duque anunciar uma reforma tributária que desagradou grande parte da população.
A maioria das vítimas de ataques oculares (60%) foi registrada em Bogotá, mas também nos departamentos de Valle del Cauca, Cundinamarca, bem como nas cidades de Pasto e Popayán, segundo Temblores.
O inspetor-geral de polícia Jorge Luis Ramírez disse há algumas semanas que seu escritório está investigando 170 casos de abusos cometidos pela polícia. Onze estão diretamente relacionados às mortes de manifestantes nas mãos da polícia.
Mais de uma lesão ocular por dia
De acordo com um relatório anterior da Temblores, após um mês de protestos, de 47 feridos, 40% “ocorreram devido a tiros diretos e deliberados contra as vítimas”, 8,5% devido a golpes contra os manifestantes e 51,5% dos casos ainda são para ser identificado.
Ainda segundo a ONG, a maioria desses ataques (60%) foi feita pelo Esquadrão Móvel Anti-Motim (Esmad) da Polícia Nacional, uma força cujo objetivo é controlar motins, multidões, bloqueios e acompanhar despejos de espaços públicos ou privado, em locais onde há uma “possível materialização de atos terroristas e criminosos” e para restaurar a ordem pública.
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