CNN Mundo: A ‘bem sucedida’ estratégia do Chile contra o novo coronavírus
Lourival Sant’Anna conversa com o médico brasileiro Júlio Bretas, que trabalha em Santiago, para entender como o país tem conseguido enfrentar a pandemia
O CNN Mundo analisa as ações que colocaram o Chile em uma situação “confortável”, até o momento, no combate à pandemia. O analista de internacional Lourival Sant´Anna entrevista o médico brasileiro Júlio Bretas, que vive na capital Chilena e acompanha os esforços das autoridades no combate à COVID-19.
Também participa do programa, a brasileira e mestre em economia Lucy Pamboukdjian que, até pouco tempo, atuava na Bolsa de Valores de Santiago.
Júlio Bretas cita alguns pontos que fizeram a diferença no Chile: a antecipação de um plano emergencial com a adoção de uma política de isolamento quando o país registrava apenas 75 casos confirmados. Na Itália, por exemplo, o governo só reagiu quando os casos passavam dos 3.000. “O Chile decretou estado de exceção constitucional por 90 dias, o equivalente ao estado de sítio no Brasil. Isso permitiu restringir aglomerações em espaços públicos, adotar toques de recolher, fechar fronteiras e o acesso ao único aeroporto internacional do país.”, afirma o médico.
Uma das chaves para entender o que está acontecendo no Chile também passa pela quantidade de testes realizados para detectar os infectados. Segundo o governo, são feitos, em média, 3.000 testes por dia em quase 50 laboratórios. Medida que segue a recomendação da Organização Mundial da Saúde para o enfrentamento da COVID-19.
Na economia, o momento é de cautela e ajustes importantes no país. Segundo a economista Lucy Pamboukdjian, o país atravessa um período marcado por intensas manifestações que começaram em outubro do ano passado: “As demandas sociais, de alguma maneira, foram atendidas. Mas isso trouxe um impacto que elevou em mais de 10% os gastos do governo. As medidas saíram bastante do script e coincidem com um novo período de gastos elevados para se contem a pandemia.”,
O Banco Central do Chile prevê que o PIB deve encolher 2,5%, a maior queda desde os anos de 1980.
No Brasil, o Governo prevê um PIB estagnado em 0,02%. Projeção bem diferente da divulgada por grupos internacionais, como o Fundo Monetário Internacional, que projeta queda de 5,3% aqui no país.