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    CNN Mundo: os impactos da pandemia nas Coreias

    Regime de Kim Jong-un mantém a versão de que não há registros de coronavírus na Coreia do Norte; Seul conseguiu derrubar o número de novas infecções

    Da CNN, em São Paulo

    O CNN Mundo desta quinta-feira (23) discute os impactos da pandemia do novo coronavírus nas Coreias. O analista de internacional da CNN Lourival Sant’Anna entrevista o cônsul-geral da Coreia do Sul em São Paulo, Hak You Kim.

    Também participam do programa, direto de Seul, Du Sol Pamela Paik, especialista em relações internacionais, e a correspondente da CNN em Nova York, Luiza Duarte. Assista acima.

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    Coreia do Norte

    O regime de Kim Jong-un mantém a versão de que não há registros de coronavírus na Coreia do Norte. O país aparece sem casos nos mais recentes relatórios da OMS (Organização Mundial da Saúde).

    Dados das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários mostram que a OMS vai destinar US$ 900 mil para apoiar os esforços norte-coreanos na contenção do novo coronavírus. Mas as informações sobre a realidade da população, no contexto da pandemia, são consideradas frágeis e desencontradas.

    Como medida de prevenção, Pyongyang anunciou que impôs quarentena de 30 dias a estrangeiros de países com casos da COVID-19. 

    O líder norte-coreano também expulsou diplomatas no começo de março. 

    Para o cônsul-geral da Coreia do Sul, em São Paulo, Hak You Kim, todo esse cenário coloca qualquer tratativa para um acordo de paz na península em uma espécie de quarentena:

    “A relação entre Coreia do Sul e Coreia do Norte está estagnada neste momento. Mas o governo atual do Coreia do Sul tem o objetivo de reduzir a tensão na península coreana. A divisão das Coreias completou 75 anos, com pesadas sanções internacionais para o norte. Mas isso não contribui para aliviar a tensão na península coreana. O presidente [da Coreia do Sul] Moon Jae-in tomou posse em maio de 2018 e já declarou que a desmilitarização da Coreia do Norte só será feita com o diálogo entre Coreia do Norte e Estados Unidos”, disse.  

    Coreia do Sul

    A Coreia do Sul conseguiu reduzir o número de novas infecções de 851, em 3 de março, para 22, em 17 de abril, e a taxa de mortalidade por COVID-19 gira em torno de 2%. A especialista em relações internacionais Du Sol Pamela Paik diz que o resultado reflete um plano rápido e eficiente do governo.  

    “O primeiro caso confirmado na Coreia do Sul foi no dia 20 de janeiro, pouco tempo após o primeiro caso da China. Já de início, o governo estava muito atento a todas as medidas do Organização Mundial de Saúde, como a quarentena por 14 dias, mesmo para os que apresentam apenas os sintomas, e para todos os que tiveram contato. Após isso, houve testes massivos nos postos de saúde e a suspensão dos encontros religiosos, já que mais da metade dos casos iniciais foram em templos e igrejas”, disse .

    Outro assunto que domina os noticiários internacionais é a especulação sobre o estado de saúde de Kim Jong-un. O líder norte-coreano teria passado por um procedimento cardiovascular no início de abril e ainda não se recuperou. As suspeitas se intensificaram quando Kim Jong-un faltou a um dos mais importantes feriados nacionais da Coreia do Norte.

    Du Sol Pamela Paik disse que o caso não teve grande repercussão na Coreia do Sul. “Apesar de grandes veículos darem isso, ainda não foi possível confirmar a fonte primária da notícia. Fato também não confirmado pelo Serviço Nacional de Inteligência aqui, na Coreia do Sul que é a maior fonte de informações confiáveis para a população sobre a Coreia do Norte”, disse a especialista. 

    “O que sabe é que Kim Jong-un não esteve presente a grandes eventos nacionais. Mas esta ausência pública já aconteceu em outros momentos. Em 2014, ele ficou ausente por 40 dias dos grandes eventos. Então, esse fato soa repetido para os sul-coreanos”, acrescentou. 

    O cônsul-geral da Coreia do Sul afirma que, caso confirmada a situação do ditador, o fato não causaria mudança imediata nas relações entre os dois países: 

    “Quando o pai de Kim Jong-un morreu, o fato não teve grande impacto na Coreia do Sul porque o sistema não acaba de um dia para o outro. A história revela uma perpetuação de poder entre a família”, disse.