CNN Mundo: os desafios da Espanha em tempos de pandemia
Lourival Sant’Anna conversa com o Cônsul-Geral da Espanha em SP, Ángel Vázquez Díaz de Tuesta, e a jornalista brasileira Adriana Setti, que mora em Barcelona
O CNN Mundo desta segunda-feira (20) analisa os impactos da pandemia do novo coronavírus na economia espanhola, um dos países europeus mais afetados pela COVID-19. O analista de Internacional da CNN Lourival Sant’Anna entrevista o cônsul-geral da Espanha em São Paulo, Ángel Vázquez Díaz de Tuesta. Participa do programa, ainda, a jornalista brasileira Adriana Setti, que mora em Barcelona.
Uma das discussões girou em torno dos impactos econômicos. O Banco de Espanha, que atua como o banco central do país, alertou que a economia pode estar à beira de uma recessão sem precedentes na história recente. Projeções apontam queda do Produto Interno Bruto da Espanha entre 6,6% e 13,6%.
Segundo o Cônsul-Geral, a União Europeia e a Espanha adotaram um sistema de proteção econômica poderoso. “O estado de emergência, decretado pelo governo espanhol, foi acompanhado de medidas ambiciosas que têm um custo de quase 20% do PIB. São esforços enormes para apoiar o emprego, apoiar as empresas que enfrentam a falta de liquidez neste momento”, avalia Ángel Tuesta.
Quanto ao déficit das contas públicas, o Banco de Espanha projeta um rombo entre 7% e 11% do PIB. A taxa de desemprego deverá atingir 18,3%, e pode chegar a 21%, no cenário mais pessimista.
O governo espanhol defende a criação de um fundo europeu, no valor de 1,5 bilhões de euros, para um plano de recuperação econômica nos países mais afetados pela pandemia do COVID-19. Ainda de acordo com o Cônsul-Geral, “esta armadura de proteção, alinhada entre a Espanha e a União Europeia, tem como único objetivo criar mecanismos para o resgate de uma crise que não era vista desde a Segunda Guerra Mundial”.
Para a jornalista Adriana Setti, a Espanha está pagando um alto preço pela demora em adotar medidas extremas contra a pandemia. As estatísticas colocam o país no topo da lista que compara o número de infectados pela proporção de habitantes. Os casos confirmados já passam dos 200 mil com mais de 20 mil mortos.
Em meio ao caos na saúde e na economia, Adriana também chama atenção para a política: “Lideranças pró-separatistas aproveitam o momento para barganhar apoio, construindo uma narrativa forte de que a Catalunha estaria melhor, se estivesse administrando a crise de forma independente.”