Cinco pessoas são executadas na fronteira do Paraguai com Brasil em 24 horas
Vereador, filha de governador paraguaio e duas brasileiras estão entre as vítimas
Cinco pessoas foram executadas na fronteira do Paraguai com o Brasil entre sexta-feira (8) e sábado (9), incluindo um vereador paraguaio e a filha do governador do estado de Amambay. Duas brasileiras também estão entre as vítimas da execução.
As estudantes de medicina Kaline Reinoso, de 20 anos, moradora de Dourados (MS), e Rhannye Jamilly Borges Oliveira, 18, de Cáceres (MT), estavam no veículo emboscado pelos criminosos. Morreram também os paraguaios Omar Vicente Álvarez Grance, de 32 anos, que dirigia o veículo, e Haylée Caroline Acevedo, de 21, filha do governador Ronald Acevedo.
O grupo saía de uma festa por volta das 6h30, quando o carro em que estava foi abordado por outro veículo. Os bandidos desceram e fizeram dezenas de disparos contra as seis pessoas que estavam no veículo – no local, a polícia recolheu mais de 60 cápsulas de vários calibres.
Kaline foi atingida por 14 disparos, enquanto Rhannye recebeu dez tiros. As duas brasileiras faziam medicina na Universidade Central do Paraguai (UCP), câmpus de Pedro Juan. Omar e a filha do governador foram atingidos por mais de trinta disparos.
Outras duas pessoas que estavam no veículo, Bruno Elias Pereira Sanchez e Rafaeli Nacimento Alvarez, ambos de 20 anos, foram atingidas pelos disparos e levadas com vida para um hospital particular. A polícia paraguaia diz acreditar que Omar era o alvo principal do ataque. Outra linha de investigação é de crime político.
Um irmão do governador, José Carlos Acevedo, prefeito licenciado de Pedro Juan Caballero, é candidato a um novo mandato de prefeito da cidade nas eleições municipais que se realizam neste domingo (10), no país vizinho.
A família Acevedo domina o cenário político na região, que faz fronteira com o Brasil. Um irmão do governador, o então senador Robert Acevedo, sofreu um atentado em 2010.
Ele levou dois tiros, foi socorrido e sobreviveu, mas dois seguranças morreram no ataque. Na época, o político e a polícia paraguaia atribuíram o crime a Primeiro Comando da Capital (PCC), facção paulista que tem ramificações no Paraguai. O Ministério Público designou uma equipe de promotores para acompanhar as investigações.
Em Ponta Porã, lado brasileiro da fronteira, o vereador Farid Afif (DEM) foi assassinado a tiros no fim da tarde de sexta-feira (8), quando pedalava sua bicicleta na região central da cidade.
Ao ser abordado, ele ainda correu em direção a uma loja de veículos, mas foi perseguido e alvejado pelos atiradores. O serviço de resgate foi acionado, mas já encontrou o parlamentar sem vida. A Polícia Civil de Ponta Porã investiga o crime.
Em nota divulgada em seu site, a Câmara de Ponta Porã afirmou que “é com imenso pesar que esta Casa de Leis comunica a morte do vereador Farid Afif”. Na sexta, a filha caçula de Afif fazia aniversário. Horas antes de sua morte, Afif fez uma publicação em seu perfil no Instagram com a bicicleta em que foi encontrado morto. O sepultamento do vereador aconteceu no sábado e foi aberto ao público.
*Com informações de Tamires Vitorio, Elizabeth Matravolgyi e Mariana Catacci, da CNN, e Estadão Conteúdo