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    Cidade na Ucrânia está sem água, energia e suprimentos médicos, diz prefeito

    Vadym Boichenko, de Mariupol, diz que equipes não estão conseguindo resgatar os corpos dos mortos após ataques russos

    Da CNN

    Em uma entrevista a um canal do YouTube neste sábado (5), o prefeito de Mariupol, Vadym Boichenko, afirmou que a cidade está sem energia, água e suprimentos médicos. Disse ainda que as equipes locais estão sendo impedidas de resgatar os corpos das pessoas mortas após os ataques das forças russas.

    A cidade de Mariupol fica localizada ao leste da Ucrânia e a poucos quilômetros da fronteira com a Rússia.

    Segundo Boichenko, a cidade, que tem uma população de quase 400 mil habitantes, está sem energia há cinco dias. “Todas as nossas subestações térmicas contam com essa fonte de alimentação e, portanto, estamos sem aquecimento”, disse ele.

    “Desde o ataque a Mariupol, perdemos nosso abastecimento de água de reserva e, portanto, estamos totalmente sem água agora”, disse o prefeito, acrescentando também que a cidade está sem rede móvel de internet.

    “[O exército russo] está trabalhando para sitiar a cidade e estabelecer um bloqueio”, disse ele. “Eles querem nos cortar do corredor humanitário, fechando a entrega de bens essenciais, suprimentos médicos e até comida para bebês. O objetivo deles é sufocar a cidade e colocá-la sob um estresse insuportável”, avalia.

    O prefeito afirma ainda que a quantidade de “feridos e mortos nestes últimos cinco dias chega às dezenas. No oitavo dia, eram centenas. Agora, já estamos falando de milhares”. “Esses números só vão piorar. Este é o sexto dia consecutivo de ataques aéreos e não podemos sair para recuperar os mortos”, complementa.

    “Eles [governo russo] dizem que querem salvar os ucranianos de serem mortos pelo [Estado] ucraniano, mas são eles que estão matando”, disse Boichenko. “Nossos bravos médicos estão salvando vidas aqui há dez dias seguidos. Eles vivem e dormem em nossos hospitais com suas famílias.”

    O prefeito também comentou sobre o corredor humanitário, que, segundo ele, deixou de funcionar neste sábado. “Tínhamos 50 ônibus cheios de combustível e estávamos apenas esperando um cessar-fogo e que as estradas fossem abertas para podermos tirar as pessoas daqui”, disse ele. “Mas agora estamos reduzidos a apenas 30 ônibus. Escondemos esses ônibus em outro local, longe do bombardeio, e perdemos outros dez lá. Então, estamos reduzidos a 20”, denuncia.

    “Então, quando este corredor humanitário finalmente se abrir para nós amanhã ou quando quiser, podemos não ter mais ônibus para evacuar as pessoas.”

    O representante local considera que salvar a cidade está fora de questão. “A única tarefa agora é abrir o corredor humanitário para Mariupol a qualquer custo. “Todas essas conversas [humanitárias] são mentiras”, disse ele. “Tudo isso está sendo feito, vou repetir pela milésima vez, para nos destruir como nação.”

    “A cidade de Mariupol deixou de existir”, finalizou Boichenko ao entrevistador.

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