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    Cidade argentina enfrenta invasão de papagaios

    Hilario Ascasubi tem dez aves do tipo para cada habitante

    Miguel Lo BiancoAgustin Marcarianda Reuters

    A cidade de Hilario Ascasubi, perto da costa atlântica oriental da Argentina, tem um problema com psitacídeos.

    Milhares de pássaros verde-amarelos-vermelhos invadiram, impulsionados pelo desmatamento nas colinas do entorno, segundo biólogos. Eles mordem os cabos elétricos da cidade, causando interrupções, e estão levando os moradores à loucura com seus gritos constantes e com o cocô de papagaio espalhado por toda parte.

    “As encostas estão desaparecendo e isso faz com que se aproximem das cidades em busca de comida, abrigo e água”, disse a bióloga Daiana Lera, explicando que grande parte das áreas florestais da Argentina foi gradualmente perdida ao longo dos anos.

    Nos últimos anos, os papagaios começaram a chegar, buscando refúgio na cidade durante o outono e o inverno. Às vezes, segundo os moradores locais, existem até dez papagaios para cada um dos 5.000 habitantes humanos da cidade. Durante o verão, as aves migram para o sul, para as falésias da Patagônia, para a época de reprodução.

    As imagens mostram centenas de pássaros empoleirados ao longo de cabos elétricos e em postes, ou recortados à luz do crepúsculo pululando sobre prédios e uma igreja, lembrando estranhamente cenas do clássico thriller de 1963 do diretor de cinema Alfred Hitchcock, “Os Pássaros”.

    “Eles mordem e danificam os cabos, a água pode entrar nos fios quando chove e a transmissão é interrompida. Esses papagaios criam custos e problemas diários para nós”, disse Ramón Alvarez, jornalista local da Rádio Táxi FM. “Nem é preciso dizer que quando falta energia, não há rádio.”

    Os moradores tentaram vários métodos para assustá-los, como ruídos e luzes laser, mas nada funcionou.

    “Precisamos começar a restaurar os nossos ambientes naturais”, disse Lera. “Mas até que isso aconteça, temos que pensar em estratégias que nos permitam conviver da forma mais harmoniosa possível em nossas cidades”.

     

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