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    Ciclone Freddy deixa centenas de desabrigados em segunda passagem por Moçambique

    Há duas semanas, 27 pessoas morreram quando o fenômeno chegou à costa do país africano

    Reuters

    O ciclone Freddy deixou centenas de pessoas desabrigadas após atingir a região central de Moçambique, na África, neste domingo (12). Foi a segunda vez que o fenômeno chegou ao país em menos de um mês, quebrando recordes de duração e intensidade para tempestades tropicais no Hemisfério Sul.

    As comunicações e o fornecimento de eletricidade na área da tempestade foram cortados, de modo que a extensão dos danos e o número de vítimas não estavam claros. Pelo menos uma pessoa morreu em Quelimane no sábado (11), quando sua casa desabou à medida que a tempestade chegava à costa.

    Mais de 171 mil pessoas foram afetadas pelo ciclone que varreu o sul de Moçambique no mês passado, matando 27 pessoas em Moçambique e Madagascar. Mais de meio milhão de pessoas correm o risco de serem afetadas em Moçambique desta vez, de acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês).

    Depois de passar pela cidade portuária de Quelimane, a tempestade continuou para o interior em direção à ponta sul do país vizinho Malawi, mostraram dados de satélite.

    “O vento estava muito forte durante a noite. Há muita destruição, árvores caídas, telhados arrancados”, disse o chefe de advocacia, comunicações e parcerias da Unicef para Moçambique, Guy Taylor, à Reuters por telefone via satélite de Quelimane.

    “É potencialmente um desastre de grande magnitude, e será necessária ajuda adicional”, disse Taylor, acrescentando que as fortes chuvas continuavam caindo.

    No Malawi, as autoridades se preparam para a passagem do ciclone perto da ponta sul do país à noite, trazendo chuvas torrenciais e inundações, disse o Departamento de Recursos Meteorológicos e Mudanças Climáticas em comunicado.

    Há duas semanas, 27 pessoas morreram quando o ciclone chegou à costa, após ser visto pela primeira vez perto da Indonésia em 6 de fevereiro.

    Depois de rodar por 35 dias, é provável que Freddy seja o ciclone tropical mais duradouro, sendo o recorde anterior o de um furacão de 31 dias em 1994, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial.

    O Freddy também estabeleceu o recorde de maior energia acumulada de ciclone, uma medida da força da tempestade ao longo do tempo, de qualquer tempestade no Hemisfério Sul na história, de acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA.

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