China quer proibir notícias do filme Mulan após reação sobre região de Xinjiang
Autoridades chinesas disseram aos principais meios de comunicação para não cobrirem o lançamento de “Mulan”, da Walt Disney, em uma ordem emitida depois de uma polêmica sobre as relações do filme com a região de Xinjiang.
A Disney agradeceu a uma agência do governo chinês acusada de violar direitos humanos na região de Xinjiang pela ajuda na produção de ‘Mulan’ —uma revelação que provocou uma chuva de críticas na internet.
Programado para estrear nos cinemas locais na sexta-feira, “Mulan” era fonte de grande esperança para a Disney na China, mas privá-lo de publicidade na mídia censurada do país seria outro golpe para a produção de 200 milhões de dólares.
Estrelado por atores chineses de renome — Jet Li, Gong Li, Donnie Yen e Liu Yifei — e baseado em uma história folclórica chinesa, Mulan foi criado para atrair o público da China, o segundo maior mercado de cinema do mundo.
Mas as críticas e os limites de capacidade nos cinemas devido às medidas de prevenção ao coronavírus provavelmente vão pesar no desempenho de sua bilheteria, mesmo antes de os principais meios de comunicação receberem um aviso dizendo-lhes para não fazer a cobertura do filme.
Parte do longa foi filmada na região, onde predomina o povo uigur, de religião muçulmana, que reivindica a independência. O grupo tem sido perseguido pelo governo chinês, processado recentemente na Corte Penal Internacional por severas violações aos direitos humanos no local ë como manter campos de detenção.
O governo da cidade de Turpan, que fica na região, havia sido colocado em 2019 em uma lista do governo americano de 28 entidades chinesas envolvidas em crimes humanitários.
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Três fontes contaram à Reuters que os meios de comunicação receberam a notificação, duas delas dizendo que ela foi enviada pela Administração do Ciberespaço da China. Uma quarta fonte de um grande jornal chinês afirmou ter recebido uma mensagem de texto com um pedido semelhante de um colega de alto escalão.
Nenhuma razão foi dada no aviso, mas as fontes disseram acreditar que foi por causa da reação no exterior em relação às ligações do filme com Xinjiang. A Administração do Ciberespaço e a Disney não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.
(Com informações da Reuters e CNN)