China deve restringir notificações de notícias de aplicativos móveis
As novas regras do governo chinês visam controlar a crescente influência das empresas de internet na vida diária de seus cidadãos
O órgão de vigilância da Internet da China disse neste sábado (8) que vai proibir algumas notificações de aplicativos móveis e tornar as regulamentações mais rígidas à medida que o governo intensifica uma campanha para controlar a crescente influência das empresas de internet na vida diária de seus cidadãos.
A Administração do Ciberespaço da China (CAC, na sigla em inglês) fortalecerá a orientação e o controle das fontes de informações de aplicativos móveis e restringirá os volumes de notificação como parte do que chama de “guerra popular” que deverá trazer ordem ao ambiente online, disse Xie Dengke, porta-voz do CAC uma coletiva de imprensa do Conselho de Estado.
O CAC proibirá que aplicativos móveis relacionados à mídia enviem notificações de contas de mídia social independentes que operem em violação ás regulamentações e também filtrará o que considera informações prejudiciais e indesejáveis, disse Xie.
Xie não nomeou quais aplicativos móveis ou contas serão que serão afetadas pelas novas regras. O CAC também trabalhará com os reguladores financeiros para “retificar” contas financeiras autopublicadas que espalharam rumores, disse Xie, para colocar a disseminação de informações financeiras sob controle.
A China tem procurado nos últimos meses conter o poder econômico e social de seus gigantes da internet, que antes eram pouco regulamentados, em uma repressão apoiada pelo presidente Xi Jinping.
Um maior escrutínio e um fortalecimento dos poderes regulatórios antitruste refletem uma abordagem cada vez mais dura para o setor de tecnologia nos Estados Unidos e na Europa.
Após um período de “auto-inspeção” para dar às operadoras de aplicativos móveis uma oportunidade de resolver problemas, o regulador punirá aqueles que não cumprirem certos requisitos com penalidades, incluindo multas e suspensões de serviço, disse Xie.
Ele não disse quanto tempo duraria o período de auto-inspeção. No início desta semana, o órgão de vigilância descobriu que 33 aplicativos para telefones celulares quebraram as regras de privacidade de dados ao coletar dados sem consentimento, entre outros problemas.
(Reportagem de Winni Zhou e Andrew Galbraith; edição de Clelia Oziel)