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    China censura foto de duas atletas: seria a imagem referência ao massacre de Tiananmen?

    Ao se abraçarem, os números de pistas que as duas atletas carregavam formaram a data de quando aconteceu a repressão sangrenta de Pequim a estudantes que protestavam na Praça Tiananmen em 1989

    Lin Yuwei (à esquerda) e sua compatriota Wu Yanni
    Lin Yuwei (à esquerda) e sua compatriota Wu Yanni Lintao Zhang/Getty Images e Noushad Thekkayil/NurPhoto

    Chris Lauda CNN

    Hong Kong

    A China parece ter censurado uma foto de duas atletas chinesas da corrida com obstáculos onde elas se abraçam após uma competição porque os números das pistas delas formavam uma referência acidental ao massacre de Tiananmen em 1989.

    A imagem captura Lin Yuwei, da pista 6, e Wu Yanni, na pista 4, se abraçando após a final feminina dos 100 metros com barreiras nos Jogos Asiáticos de Hangzhou.

    Enquanto elas estavam juntas, adesivos que elas carregavam mostrando os números das pistas formavam “6 4”, uma data amplamente vista como uma referência a 4 de junho de 1989.

    Naquele dia, tanques militares chineses invadiram a capital Pequim durante uma repressão sangrenta para expulsar estudantes que protestavam pela democracia na Praça Tiananmen.

    Pequim controla rigorosamente as referências ao evento, eliminando todas as menções ao evento na internet na China e agindo rapidamente para apagar qualquer referência a ele nas redes sociais, incluindo até mesmo momentos aparentemente inócuos em que os números 6,4 e 89 aparecem juntos e são inteiramente não relacionados com o ato de Tiananmen.

    A corrida aconteceu no dia 1º de outubro, Dia Nacional da China, uma ocasião delicada em que as autoridades estão mais vigilantes contra quaisquer sinais de dissidência que possam desviar a atenção das celebrações.

    A emissora estatal CCTV postou originalmente a fotografia no Weibo, serviço de mídia social chinês semelhante ao Twitter, na noite de domingo (1º), mas a removeu de sua conta cerca de uma hora depois, descobriu a CNN.

    Uma pesquisa na quinta-feira (5) no Weibo não produziu mais resultados da mesma imagem, embora ainda possam ser encontradas postagens dispersas de outra fotografia mostrando as duas atravessando um obstáculo com seus números de pista em exibição – embora de maneira menos visível.

    A fotografia não pode ser encontrada no Baidu, o popular mecanismo de busca da China, e os serviços do Google estão bloqueados no país.

    A imagem pode ser vista em um artigo publicado na segunda-feira (2) pela agência estatal de notícias Xinhua, mas os números foram cortados da foto.

    A CNN entrou em contato com o Weibo, Baidu, CCTV e o Departamento de Propaganda do Partido Comunista Chinês para comentar.

    A China impõe uma censura rigorosa não apenas às críticas ao Partido Comunista, mas também às questões que considera sensíveis e incongruentes com os valores e a ideologia do partido.

    No passado, as regras levaram à censura do que pode parecer para alguns imagens inócuas, como decotes femininos e homens modelando em lingerie como um artifício nas redes sociais para aumentar as vendas.

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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