China “afasta” navio dos EUA que navegou próximo a ilhas disputadas
Autoridades chinesas acusam USS Benfold de colocar segurança em risco ao atravessar mar perto das Ilhas Paracel
Um destróier norte-americano navegou perto das disputadas Ilhas Paracel, no Mar da China Meridional, nesta quarta-feira (13), provocando uma reação irritada de Pequim, que disse que seus militares “afastaram” o navio depois que este entrou ilegalmente em águas territoriais.
Os Estados Unidos realizam regularmente o que chamam de Operações de Liberdade de Navegação no Mar da China Meridional, desafiando o que dizem ser restrições à passagem neutra impostas pela China e outros países.
A Marinha dos EUA disse que o USS Benfold “afirmou direitos e liberdades de navegação no Mar da China Meridional, perto das Ilhas Paracel, de acordo com o direito internacional”.
“Reivindicações marítimas ilegais e abrangentes no Mar da China Meridional representam uma séria ameaça à liberdade dos mares, incluindo as liberdades de navegação e sobrevoo, livre comércio e liberdade de oportunidades econômicas para as nações litorâneas da região”.
A China diz que não impede a liberdade de navegação ou sobrevoo, acusando os Estados Unidos de provocar tensões deliberadamente.
O Comando do Sul do Exército de Libertação Popular disse que as ações do navio dos EUA violaram seriamente a soberania e a segurança da China ao entrar ilegalmente nas águas territoriais chinesas ao redor das Paracels, que também são reivindicadas pelo Vietnã e Taiwan.
“O Comando do Sul do PLA organizou forças marítimas e aéreas para seguir, monitorar, alertar e afastar” o navio, acrescentou. “Os fatos mais uma vez mostram que os Estados Unidos são nada menos que um ‘criador de risco de segurança no Mar da China Meridional’ e um ‘destruidor da paz e estabilidade regional’.”
A China assumiu o controle das Ilhas Paracel do então governo sul-vietnamita em 1974.
A segunda-feira (11) marcou o sexto aniversário de uma decisão de um tribunal internacional que invalidou as amplas reivindicações chinesas ao Mar da China Meridional, um canal para cerca de US$ 3 trilhões em comércio marítimo a cada ano.
A China nunca aceitou a decisão e construiu ilhas artificiais em algumas de suas propriedades no Mar da China Meridional, incluindo aeroportos, levantando preocupações regionais sobre as intenções de Pequim.