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    Chile anuncia plano inédito de racionamento de água com seca entrando no 13º ano

    Quase 6 milhões de habitantes de Santiago, capital chilena, serão afetados pela medida

    Natalia RamosAlexander Villegasda Reuters

    Enquanto uma seca recorde e punitiva entra em seu 13º ano, o Chile anunciou, nesta segunda-feira (11), um plano sem precedentes de racionamento de água para a capital Santiago, uma cidade de quase 6 milhões de habitantes.

    “Uma cidade não pode viver sem água”, disse Claudio Orrego, governador da região metropolitana de Santiago, em entrevista coletiva. “E estamos em uma situação sem precedentes nos 491 anos de história de Santiago, onde temos que nos preparar para que não haja água suficiente para todos que moram aqui.”

    O plano apresenta um sistema de alerta de quatro níveis que vai de verde a vermelho e começa com anúncios de serviço público, que passa a restringir a pressão da água e termina com cortes rotativos de até 24 horas para cerca de 1,7 milhão de pessoas.

    O sistema de alerta é baseado na capacidade dos rios Maipo e Mapocho, que abastecem a capital com a maior parte de sua água, e viram seus níveis diminuir à medida que a seca se prolonga.

    O governo estima que a disponibilidade de água do país caiu de 10% a 37% nos últimos 30 anos, podendo cair outros 50% no norte e centro do Chile até 2060.

    O déficit hídrico dos rios, medido em litros por segundo, determinará se os cortes ocorrerão a cada 12, seis ou quatro dias. Em cada caso, uma área diferente enfrentaria cortes de água a cada dia.

    “Esta é a primeira vez na história que Santiago tem um plano de racionamento de água devido à gravidade das mudanças climáticas”, disse Orrego. “É importante que os cidadãos entendam que a mudança climática veio para ficar. Não é apenas global, é local.”

    Certas áreas no centro da cidade seriam isentas devido à alta concentração de capitais. As áreas alimentadas por água de poço ou outras fontes além dos dois rios também estarão isentas.

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