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    Chefe do Grupo Wagner diz que está na África para tornar continente “ainda mais livre”

    Vídeo que circula em blogs militares pró-Rússia mostra Yevgeny Prigozhin armado e supostamente em operação com outros mercenários

    Jennifer HauserTara Johnda CNN

    O chefe mercenário do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, diz que está na África “tornando a Rússia ainda maior em todos os continentes e a África ainda mais livre”, em um vídeo que circulou em blogs militares pró-Rússia na segunda-feira (21).

    No video, Prigozhin é visto segurando um rifle em uma área deserta enquanto usa roupa camuflada. Atrás dele, ao longe, está um caminhão e outros dois homens camuflados.

    Prigozhin diz que “a temperatura é de mais de 50 [graus Celsius]” e que o Grupo Wagner está conduzindo operações de reconhecimento e busca.

    A CNN não conseguiu localizar onde o vídeo foi filmado nem verificar a autenticidade do material, que ocorre meses depois que Prigozhin lançou um motim fracassado contra a liderança militar da Rússia.

    “Justiça e felicidade para os povos africanos”, diz Prigozhin no clipe. “Vamos fazer disso um pesadelo para o Isis [Estado Islâmico], a Al-Qaeda e outros bandidos. Estamos contratando verdadeiros bogatyrs [antigos guerreiros eslavos] e continuamos a cumprir as tarefas que nos foram colocadas e que prometemos que cumpriríamos.”

    Os combatentes do Grupo Wagner têm atuado em vários países africanos, incluindo Mali, onde foram convidados pela junta governante para reprimir uma insurgência islâmica que se forma perto das fronteiras do país com Burkina Faso e Níger.

    Várias investigações da CNN e outras de grupos de direitos humanos estabeleceram o envolvimento e a cumplicidade do grupo paramilitar com atrocidades contra populações civis no Mali e na República Centro-Africana.

    No Sudão, Wagner forneceu a milícia que lutava contra o exército do Sudão e há especulações de que Prigozhin pode sentir oportunidades no Níger depois que um recente golpe militar ameaçou desencadear uma grande crise regional.

    Prigozhin já havia sugerido que o Grupo Wagner pode estar pronto para oferecer seus serviços no país da África Ocidental.

    “O que aconteceu no Níger está fermentando há anos”, disse ele em uma longa mensagem de áudio no Telegram no mês passado.

    “Os ex-colonizadores estão tentando manter os povos dos países africanos sob controle. Para mantê-los sob controle, os ex-colonizadores estão enchendo esses países com terroristas e várias formações de bandidos. Criando assim uma crise de segurança colossal.”

    “A população sofre. E esse é o [motivo do] amor pelo PMC [empresa militar privada] Wagner, essa é a alta eficiência do PMC Wagner. Porque mil soldados do PMC Wagner são capazes de estabelecer a ordem e destruir os terroristas, evitando que eles prejudiquem a pacífica população dos estados.”

    Prigozhin também foi flagrado na cúpula Rússia-África em São Petersburgo no mês passado, reunindo-se com dignitários africanos à margem, de acordo com relatos associados ao grupo mercenário.

    Após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, as forças do Grupo Wagner estiveram fortemente envolvidas na captura das cidades orientais de Soledar e Bakhmut. Prigozhin então passou meses criticando a liderança militar russa e o apoio que ela dava às suas tropas antes de convocar uma rebelião armada.

    Isso representou um desafio sem precedentes à autoridade do presidente russo, Vladimir Putin, antes de ser repentinamente cancelado em um acordo que exigia que Prigozhin e seus combatentes se mudassem para Belarus.

    (Mariya Knight e Nathan Hodge, da CNN, contribuíram para este relatório)

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